Boris Johnson assume ‘total responsabilidade’ após Reino Unido chegar a 100 mil mortes por Covid

'É difícil calcular a dor contida nessa estatística sombria, os anos de vida perdidos, as reuniões de família que não aconteceram'

O Primeiro-ministro britânico, Boris Johnson. Foto: JOHN SIBLEY/POOL/AFP

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O Reino Unido, que enfrenta desde dezembro uma nova variante do coronavírus, mais contagiosa e possivelmente mais letal, se tornou nesta terça-feira 26 o primeiro país da Europa a ultrapassar as 100 mil mortes por Covid-19. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse assumir “total responsabilidade”.

 

 

Antes de uma terceira onda irrefreável desde a descoberta, no sul da Inglaterra, dessa mutação do vírus, o país já vinha sendo criticado por suas políticas erráticas.

Houve demora no fornecimento do material de proteção aos profissionais de saúde, duvidou-se da obrigatoriedade do uso de máscaras, e resistiu-se em aplicar o primeiro e o segundo lockdowns e em controlar viagens internacionais.


Agora, apesar de o país estar confinado pela terceira vez, há semanas não para de bater recordes de mortes, enquanto os hospitais continuam lotados de pacientes com sintomas graves.

Nas últimas 24 horas, foram registrados 1.631 novos óbitos pela Covid-19, o que aumenta o saldo total para 100.162 mortes no país, segundo dados do Ministério da Saúde.

“É difícil calcular a dor contida nessa estatística sombria, os anos de vida perdidos, as reuniões de família que não aconteceram e, para tantos parentes, a oportunidade perdida até de dizer adeus”, comentou Johnson em uma entrevista coletiva.

“Lamento profundamente cada uma das vidas perdidas e, claro, como primeiro-ministro, assumo total responsabilidade por tudo o que o governo fez”, acrescentou.

No país mais afetado pela pandemia na Europa, o Executivo enfrenta críticas incessantes desde que a primeira morte por Covid-19 foi registrada em 5 de março de 2020. Logo depois foi constatado que o país não tinha capacidade de realizar testes ou rastrear de forma eficaz os contatos.

Para convencer o Executivo a estabelecer o primeiro confinamento, um epidemiologista alertou que o não cumprimento dessa medida poderia resultar em 250 mil mortes. Depois de fazer isso, as autoridades de saúde consideraram que se as mortes fossem limitadas a 20.000, seria “um bom resultado”.

 

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