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Bombas não detonadas representam grande risco em Gaza, alerta ONG

A estimativa é de que até 10% das 70 mil toneladas de explosivos lançadas sobre o enclave palestino não tenham sido acionadas

Bombas não detonadas representam grande risco em Gaza, alerta ONG
Bombas não detonadas representam grande risco em Gaza, alerta ONG
Palestinos com escavadeiras tentam limpar os destroços da guerra das ruas de Gaza. Foto: AFP
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Os riscos associados à munição não detonada na Faixa de Gaza são “enormes” para os deslocados que retornam para suas casas após o cessar-fogo, alertou nesta terça-feira 14 a ONG Handicap International, ao pedir a entrada de equipamento para a remoção desses explosivos.

“Os riscos são enormes. Estima-se que cerca de 70 mil toneladas de explosivos tenham caído sobre a Faixa de Gaza” desde o início do conflito desencadeado pelo ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, advertiu Anne-Claire Yaeesh, diretora dessa organização especializada em desminagem.

“As camadas de escombros e os níveis de acúmulo são extremamente altos”, destacou Yaeesh. “Enfrentamos riscos ainda maiores” em um terreno “extremamente complexo”, devido ao espaço “restrito” em zonas urbanas densas.

O Serviço de Ação contra Minas da ONU (Unmas) estimou em janeiro que “entre 5% e 10%” da munição disparada contra a Faixa de Gaza, desde bombas até granadas ou simples balas, não havia explodido. Desde então, os combates continuaram, até a entrada em vigor de um cessar-fogo na última sexta-feira.

Consultado pela AFP, o Unmas informou que, devido às restrições impostas nos últimos dois anos, não “pôde realizar operações de reconhecimento em larga escala” no território palestino, mas destacou que os pedidos de assistência técnica aumentaram desde o cessar-fogo, e que foi solicitada “uma série de missões humanitárias, inclusive em áreas antes inacessíveis”.

Nos próximos dias, “grande parte dos esforços vão se concentrar na proteção das operações de gestão de escombros” e na limpeza, em particular das estradas pelas quais circulam milhares de deslocados.

Embora o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês) tenha informado ontem que os trabalhadores humanitários puderam “avaliar as principais estradas em relação a riscos de explosivos”, o Unmas destacou que dispõe de “um número limitado de veículos blindados em solo”.

O serviço também informou que ainda não obteve “permissão das autoridades israelenses para introduzir o material necessário para a destruição” desses explosivos sem detoná-los.

O Unmas citou “três veículos blindados que aguardam na fronteira para entrar na Faixa de Gaza, o que permitirá operações mais seguras e em maior escala”.

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