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Bombardeios israelenses deixam mais de 20 mortos e 100 feridos no centro de Beirute

Esta é a terceira vez que a aviação israelense ataca o centro de Beirute desde 23 de setembro

Bombardeios israelenses deixam mais de 20 mortos e 100 feridos no centro de Beirute
Bombardeios israelenses deixam mais de 20 mortos e 100 feridos no centro de Beirute
Ataques de Israel no Líbano. Foto: Bilal Kashmar/AFP
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Ao menos 22 pessoas morreram em dois bombardeios israelenses contra o centro de Beirute nesta quinta-feira (10), no ataque mais mortal contra a capital libanesa desde que Israel e o Hezbollah entraram em uma guerra aberta.

De acordo com o Ministério da Saúde do Líbano, 22 pessoas morreram e 117 ficaram feridas nos ataques aéreos, que, segundo a agência de notícias oficial ANI, atingiram dois bairros residenciais densamente povoados.

Imagens transmitidas ao vivo pela AFPTV mostraram duas colunas de fumaça subindo sobre a capital libanesa, de seis milhões de habitantes.

Esta é a terceira vez que a aviação israelense ataca o centro de Beirute desde 23 de setembro, quando a escalada entre Israel e o movimento libanês pró-iraniano Hezbollah se intensificou. Israel concentra normalmente seus ataques contra os subúrbios do sul da capital, reduto da milícia armada.

Já o Crescente Vermelho palestino anunciou que 28 pessoas morreram e 54 ficaram feridas em um bombardeio israelense contra uma escola que abrigava famílias deslocadas na Faixa de Gaza, onde Israel voltou a intensificar seus bombardeios e operações terrestres.

O Exército israelense informou ter realizado um ataque “de precisão” contra terroristas que operavam “em um edifício que antes era” uma escola.

No Líbano, a Unifil, a força da ONU implantada entre os dois países, denunciou que dois capacetes azuis ficaram feridos por “disparos de um tanque israelense”, o que gerou uma onda de condenações.

A Unifil, que conta com cerca de 10.000 soldados de manutenção da paz no sul do Líbano, pede insistentemente uma trégua.

A Itália, o país ocidental que contribui com mais efetivos para este contingente, com cerca de 900 militares mobilizados, avaliou que as ações das tropas israelenses poderiam “constituir crimes de guerra”.

“Estamos sitiados”

Após ter enfraquecido o Hamas em sua ofensiva em Gaza, o Exército israelense deslocou, em meados de setembro, a maior parte de de suas operações para o Líbano, com o objetivo de combater o Hezbollah e permitir o retorno dos deslocados pela violência em sua fronteira norte.

Israel também bombardeia o sul e o leste do Líbano, redutos do Hezbollah, segundo a ANI.

Há um ano, o movimento islamista libanês abriu uma frente para apoiar o Hamas em sua guerra contra Israel.

O Exército israelense, que lançou em 30 de setembro operações terrestres “limitadas” contra o Hezbollah no sul do país vizinho, afirmou ter atingido “mais de 110 alvos” desde a quarta-feira.

“Não queremos fazer parte do conflito”, mas “estamos sitiados”, lamentou Joseph Jarjour, de 68 anos, no vilarejo de Rmeich, a dois quilômetros da fronteira.

Desde o início dos confrontos de artilharia entre Israel e Hezbollah, mais de 2.000 pessoas morreram no Líbano, das quais 1.200 perderam a vida desde a intensificação dos bombardeios israelenses em 23 de setembro, segundo um levantamento da AFP com base em cifras oficiais.

Durante uma conversa telefônica na quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que “limite ao máximo o impacto” sobre os civis.

“Incessante”

As operações militares israelenses também continuam em Jabaliya, no norte de Gaza, onde tropas israelenses lançaram um ataque terrestre.

“É incessante: a cada minuto há bombas, foguetes e disparos contra os edifícios e tudo o que se move”, declarou à AFP Areej Nasr, uma mulher de cerca de 30 anos que fugiu de Jabaliya para a cidade de Gaza.

Segundo o porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmud Bassal, pelo menos 140 pessoas morreram em Jabaliya desde o início da operação israelense, e “um grande número” de civis continua preso sob os escombros, sem que as equipes de resgate possam intervir devido à situação de segurança.

O Exército israelense anunciou que três de seus soldados morreram no norte da Faixa de Gaza, elevando suas perdas a 353 militares no último ano.

O conflito entre Israel e Hamas estourou após o ataque sem precedentes de milicianos islamistas em solo israelense, o qual causou a morte de 1.206 pessoas, a maioria civis, segundo um levantamento da AFP baseado em números oficiais israelenses.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva implacável na Faixa de Gaza, governada pelo Hamas. A campanha militar israelense já matou mais de 42.065 palestinos, principalmente civis, segundo dados do Ministério da Saúde do território palestino, considerados confiáveis pela ONU.

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