Mundo
Bombardeio do regime militar em Mianmar mata 22 pessoas em escola, segundo testemunhas
O país está imerso em uma guerra civil desde o golpe que permitiu à junta de fardados tomar o poder em 2021


Um bombardeio da junta militar de Mianmar matou 22 pessoas, incluindo 20 crianças, em uma escola nesta segunda-feira 12, disseram testemunhas, apesar de um suposto cessar-fogo humanitário declarado para ajudar a nação a se recuperar de um terremoto devastador.
O ataque atingiu uma escola na vila de Oe Htein Kwin, cerca de 100 quilômetros a noroeste do epicentro do terremoto de 28 de março, por volta das 10h00 (00h30 no horário de Brasília), disseram moradores.
“Até agora, 22 pessoas morreram no total: 20 crianças e dois professores”, disse um professor de 34 anos da escola, que pediu para permanecer anônimo.
“Tentamos dispersar as crianças, mas o caça era muito rápido e lançou suas bombas”, acrescentou.
Um funcionário da educação na área onde a vila está localizada, na região de Sagaing, fez a mesma avaliação.
Não foi possível contactar um porta-voz da junta de Mianmar para comentar essas informações.
Mianmar está imersa em uma guerra civil desde o golpe que permitiu à junta tomar o poder em 2021. Os militares enfrentam opositores de minorias étnicas e do movimento pró-democracia.
Os generais declararam uma trégua humanitária até o final do mês para ajudar nos esforços de socorro e reconstrução após o terremoto que matou quase 3.800 pessoas.
No entanto, o cessar-fogo não impediu a junta de realizar bombardeios, nem impediu seus adversários de lançar ataques.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

A nova derrota que Braga Netto tende a sofrer no STF na ação do golpe
Por CartaCapital
Plano que livraria Bolsonaro da ação do golpe nasceu morto, mas força novo desgaste ao STF
Por Leonardo Miazzo
Protecionismo dos EUA no comércio pode levar o mundo à guerra, diz Lula na China
Por CartaCapital