Mundo
Bolsonaro e Piñera rejeitam intervenção militar na Venezuela
Os presidentes do Brasil e do Chile reiteraram a intenção de buscar “uma saída democrática e pacífica para a crise venezuelana
Os governos do Brasil e do Chile divulgaram neste sábado (23/03) uma declaração conjunta em que reiteraram a intenção de buscar “uma saída pacífica” para encerrar a crise política que atinge a Venezuela. O documento, que foi assinado pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo seu colega chileno, Sebastián Piñera, também rejeita a possibilidade de intervenção militar na Venezuela.
“[Reiteramos] o firme compromisso de continuar trabalhando, no âmbito do Grupo de Lima, pela busca de uma saída democrática e pacífica para a crise venezuelana, rejeitando energicamente qualquer ação que implique o uso da violência, sobretudo a opção de intervenção militar”, diz a declaração conjunta de ambos os presidentes, divulgado logo ao fim da viagem de Bolsonaro ao Chile.
Brasil, Chile, Estados Unidos e cerca de 50 nações apóiam Juan Guaidó, autodeclarado presidente da Venezuela, como líder legítimo da Venezuela.
“[Reafirmamos] o compromisso de contribuir para restaurar a democracia na Venezuela, que requer a realização de eleições presidenciais livres e justas, conforme os padrões internacionais e sob observação internacional independente; a liberação de todos os presos políticos; e o fim da sistemática violação dos direitos humanos naquele país.”
➤ Leia também: Bolsonaro gera mais ódio do que amor durante visita ao Chile
Piñera e Bolsonaro ressaltaram ainda a necessidade de Maduro autorizar o envio de ajuda humanitária para a Venezuela. “[Insistimos] igualmente, na importância que o regime de Nicolás Maduro autorize a abertura de canal de ajuda humanitária que possa atenuar a grave escassez de remédios e alimentos naquele país.”
No texto, Bolsonaro e Piñera se referem também à crise na Nicarágua, que há mais de 11 meses vive protestos diários contra o governo de Daniel Ortega.
“[Acompanhamos] com prudente otimismo, a retomada de diálogo nacional amplo, plausível, transparente e representativo entre o governo da Nicarágua e a sociedade civil reunida na Aliança Cívica pela Justiça e Democracia.”
➤ Leia também: Guaidó x Maduro: a maior luta pelo poder dos últimos tempos
Em seguida, a nota conjunta apela para Ortega dar o espaço devido às organizações internacionais para acompanhar o processo de negociação no país.
“[Queremos] instar o governo da Nicarágua a permitir que os mecanismos internacionais de direitos humanos retornem ao país, incluindo os da OEA [Organização dos Estados Americanos] e das Nações Unidas, e a fornecer as garantias necessárias para o cumprimento in situ de seus respectivos mandatos, de forma independente.”
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.



