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Bolívia prende ex-ministro de Evo Morales por corrupção

O ex-ministro relatou ter permanecido “sequestrado” em sua casa por civis contrários a Morales, que impediram a entrada de alimentos

Bolívia prende ex-ministro de Evo Morales por corrupção
Bolívia prende ex-ministro de Evo Morales por corrupção
Ex-Ministro de Governo (Interior) e poderoso colaborador do ex-presidente da Bolívia Evo Morales, Carlos Romero. Foto: AIZAR RALDES / AFP
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O ex-Ministro de Governo (Interior) e poderoso colaborador do ex-presidente da Bolívia Evo Morales, Carlos Romero, foi preso nesta terça-feira 14 por ordem do Ministério Público do país. Romero agora deve comparecer perante um juiz que determinará se ele ficará preso, em prisão domiciliar ou em liberdade durante o processo sobre os crimes de corrupção pelos quais é acusado.

O ex-ministro foi previamente escoltado pela polícia do hospital onde estava internado até a promotoria onde ouviu as acusações de “uso indevido de influências e quebra de deveres”.

A denúncia está especificamente relacionada à suposta má gestão em uma unidade governamental para combater o tráfico de drogas (Uelicn). Romero, 53, foi internado no sábado em um centro médico em La Paz, com um quadro de desidratação, hipertensão e depressão. O ex-ministro relatou ter permanecido “sequestrado” em sua casa por civis contrários a Morales, que impediram a entrada de alimentos.

De seu refúgio na Argentina, o ex-presidente Morales defendeu seu ex-colaborador. “Sob Carlos Romero, denunciamos em nossos atos governamentais a corrupção da Unidade Executora de Luta Integral contra o Tráfico de Drogas (UELICN), e agora descobrimos que somos os acusados”, escreveu Morales no Twitter.

“O que o regime de fato da (presidente interina Jeanine) Áñez quer não é justiça, é vingança e impunidade”, acrescentou.

Romero se junta à lista de ex-funcionários denunciados pelo atual governo de direita de Jeanine Áñez e investigados pela promotoria. Os ex-ministros Juan Ramón Quintana (Presidência), Vilma Alanoca (Cultura) e Javier Zabaleta (Defesa) estão isolados na residência do México e são acusados de sedição e terrorismo.

Ex-autoridades do governo anterior pediram asilo e outros ou deixaram o país, após a renúncia de Morales  em 10 de novembro passado, após uma forte crise social.

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