O governo boliviano disse à União Europeia nesta quinta-feira 30 que uma investigação em andamento determinará as responsabilidades locais e internacionais pelo que descreve como “ruptura da ordem constitucional” em 2019, depois de Bruxelas ter negado participação no episódio.
A chancelaria boliviana assinalou que “esses fatos se encontram em processo de investigação pelas autoridades competentes, o que permitirá identificar o grau de responsabilidade dos atores nacionais e internacionais que tenham participado”.
A UE declarou em Bruxelas que rejeita “firmemente” a acusação feita pelo presidente Luis Arce contra o ex-embaixador do bloco na Bolívia León de la Torre de ter participado de um golpe de Estado contra o ex-presidente Evo Morales, em 2019.
Arce, seu governo e seu partido, o Movimento ao Socialismo, afirmam que houve naquele ano uma ruptura constitucional protagonizada por militares, policiais e políticos de direita. O golpe teria contado com o apoio da UE, da Organização de Estados Americanos, da Igreja Católica e dos governos do argentino Mauricio Macri e do equatoriano Lenin Moreno.
A violência policial daqueles dias terminou com 37 mortos, segundo uma investigação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. O grupo de investigação da CIDH concluiu que forças militares e policiais cometeram massacres contra civis, incluindo “execuções sumárias”.
A ex-presidenta de direita Jeanine Áñez, sucessora de Morales, está presa por esses fatos há mais de seis meses. O Supremo Tribunal de Justiça enviou ao Parlamento uma acusação contra ela por genocídio.
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