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Bolívia assina acordo com estatal russa por US$ 450 milhões para explorar lítio

Material em questão é um dos principais componentes para a fabricação de baterias para carros elétricos

O presidente da Bolívia, Luis Arce, fala durante a assinatura do acordo entre Yacimientos del Litio Boliviano (YLB) e a empresa russa Uranium One Group JSC para a construção de três fábricas no Salar de Uyuni para a fabricação de baterias de lítio. Foto: AFP
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A Bolívia, um dos países com as maiores reservas de lítio do mundo, anunciou nesta quarta-feira (13) um acordo de US$ 450 milhões (R$ 2,2 bilhões, na cotação atual) com a estatal russa Uranium One Group para a exploração deste mineral fundamental na transição para energias limpas.

O acordo prevê a instalação de uma fábrica piloto de extração de lítio, principal componente para a fabricação de baterias para carros elétricos, nas salinas do sul do país, conforme anunciado pelo governo e representantes da empresa.

A empresa russa, que faz parte da Corporação Estatal Russa de Energia Atômica (Rosatom), assumirá a totalidade do investimento nos próximos dois anos.

“Este acordo ratifica o modelo de produção e comercialização que propomos a todas as empresas que desejam trabalhar com o nosso lítio. Participamos de todos os pontos da cadeia produtiva”, disse o presidente Luis Arce durante a assinatura do acordo.

A Bolívia possui uma das maiores reservas certificadas de lítio do mundo, cerca de 23 milhões de toneladas, e uniu forças com China e Rússia para começar a explorá-la em escala industrial.

Junto com Chile e Argentina, o país forma o chamado “triângulo do lítio”, a maior jazida mundial do chamado “ouro branco”.

O Uranium One Group foi selecionado entre sete candidatos após a convocatória lançada pela estatal Yacimientos de Litio Boliviano (YLB) há mais de um ano.

A partir do acordo assinado nesta quarta-feira, “o carbonato de lítio à bateria (ndr, destinado a esse fim) começará a ser processado”. A fábrica piloto produzirá “mil toneladas” no primeiro ano, disse a presidente da YLB, Karla Calderón, durante o mesmo ato.

Em uma segunda fase, “a produção passará para 8 mil toneladas e, em uma terceira fase, serão acrescentadas mais 5 mil toneladas”, para um total de 14 mil toneladas por ano, acrescentou.

Todo o projeto prevê um investimento de 450 milhões de dólares até 2025, segundo o governo Arce.

A Bolívia espera que suas exportações de lítio atinjam 5 bilhões de dólares (24,7 bilhões de reais) no próximo ano, acima das vendas de gás, até recentemente o seu principal recurso. Essa indústria enfrenta uma crise profunda, devido à falta de investimento na exploração.

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