Bloco dos Brics cresce e passa a integrar 5 novos países; Argentina fica de fora

O grupo até agora era formado apenas por África do Sul, Brasil, Rússia, Índia e China

Lula na foto oficial dos Brics, na África do Sul. Da esquerda para a direita: Lula (Brasil); Xi Jinping (China); Cyril Ramaphosa (África do Sul); Narendra Modi (Índia); e o representante de Putin, Sergei Lavrov (Rússia). Foto: GIANLUIGI GUERCIA / POOL / AFP

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A partir desta segunda-feira (1º), o grupo Brics que até agora era formado por África do Sul, Brasil, Rússia, Índia e China será ampliado para incluir Egito, Etiópia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Irã.

A decisão foi tomada na cúpula de Joanesburgo, em agosto de 2023. Para a surpresa de todos, o “clube dos cinco” conseguiu chegar a um acordo “não apenas sobre os critérios para aceitar novos membros, mas também sobre os países a serem mantidos”, lembra a correspondente da RFI em Joanesburgo, Claire Bargeles.

Entretanto, em vez de seis novos participantes, agora são apenas cinco, uma vez que o novo presidente da Argentina, Javier Milei, quer reposicionar seu país ideologicamente e se recusa a permitir que a Argentina, que foi inicialmente convidada a se juntar ao bloco, embarque em tal aliança.

Reinventando o sistema financeiro Brics

O fortalecimento do grupo, que agora representa pouco menos da metade da população mundial e quase um terço do PIB do planeta, deve permitir que ele continue a exigir um mundo multipolar e uma ordem internacional mais justa.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial ainda dependem muito do dólar. E a China, por exemplo, a segunda maior economia do mundo, não tem um direito de voto equivalente ao seu peso.

Para reduzir sua dependência dos Estados Unidos e das instituições financeiras internacionais, os Brics+ estão, portanto, buscando “desdolarizar” suas economias. Esse é particularmente o caso de países como a Rússia e o Irã, que estão sob fortes sanções dos EUA.

Mas também será mais difícil chegar a um acordo com um grupo tão heterogêneo, ainda amplamente dominado pela China. Um exemplo disso foi a divergência de interesses recente, em uma cúpula sobre a guerra em Gaza.

De qualquer forma, a primeira grande reunião desse novo grupo com os dez integrantes do Brics está programada para outubro de 2024, na cidade russa de Kazan.

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1 comentário

joao medeiros 3 de janeiro de 2024 13h31
Para mudar o mundo basta, somente, a união europeia se ligar ao BRICS, será o cheque mate nas relações políticas, nacionais e internacionais atuais. Uma mudança importante para que seja implantado uma nova ordem mundial com regras claras e precisas sobre os direitos humanos, ambientais, econômicos e sociais. Do jeito que está! As profecias do caos com a eleição de vários anticristos ao redor do mundo se materializará, ocasionando guerras, intolerãncias, ódio e, finalmente, catastrofes inimagináveis, ameaçando nosso ecossistema planetário.

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