Mundo

Biden está a um passo da vitória após ultrapassar Trump na Pensilvânia; Geórgia anuncia recontagem de votos

‘Com margem tão pequena, haverá recontagem’, confirmou Brad Raffensperger, secretário de Estado

Fotos: MANDEL NGAN, ANGELA WEISS/AFP
Apoie Siga-nos no

O democrata Joe Biden está a um passo de chegar à Casa Branca, após tomar a liderança da contagem de votos no estado-chave da Pensilvânia, mas a equipe de seu rival, o presidente Donald Trump – que denuncia fraude – alertou que “a eleição não acabou”.

Além disso, as autoridades da Geórgia informaram nesta sexta-feira 6 que procederão a uma recontagem dos votos neste estado, onde Biden estava à frente de Trump por uma pequena margem.

“Com uma margem tão pequena, haverá uma recontagem na Geórgia”, disse a repórteres Brad Raffensperger, secretário de Estado, que é o conselheiro interno encarregado do processo.

Com uma apuração que avança lentamente e um suspense que reina nos Estados Unidos desde terça-feira 3, a tendência na Pensilvânia se inverteu nesta manhã e agora o ex-vice-presidente democrata está à frente do presidente republicano por pouco mais de 15.000 votos.

Biden, que se declarou confiante em uma vitória mas não se proclamou vencedor, fará um discurso ao país na noite desta sexta-feira na cidade onde mora, Wilmington, em Delaware, segundo anunciou sua campanha.

Horas antes, a líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, disse que está “claro” que a equipe composta por ele e sua companheira de chapa Kamala Harris vai ganhar as eleições.

“O presidente eleito Biden tem um forte mandato a liderar”, disse Pelosi aos repórteres depois que o candidato democrata ultrapassou Trump na Pensilvânia.

O candidato democrata tem 253 delegados e precisa alcançar o mínimo de 270 para chegar à Presidência. Se vencer na Pensilvânia, que possui 20 delegados, pode alcançar seu objetivo.

Trump, por sua vez, soma até agora 214 delegados no Colégio Eleitoral.

Mas nenhum veículo importante da mídia americana atribuiu ainda a vitória ao democrata, já que as margens estão muito acirradas.

Com a redução de suas chances, a equipe de campanha de Trump – que na quinta-feira afirmou, sem fornecer provas, que houve fraude nas eleições e que se considera o vencedor – enfatizou que “a eleição não acabou”.

“Esta eleição não acabou. As projeções errôneas que dão Joe Biden como vencedor se baseiam em resultados de quatro estados que estão longe de serem definitivos”, disse Matt Morgan, da equipe de Trump, em um comunicado.

Na quinta-feira, em uma coletiva de imprensa na Casa Branca, o presidente disse: “Se contarem os votos legais, eu ganho facilmente. Se contarem os votos ilegais, podem tentar nos roubar a eleição”.

Trump repetiu essas reclamações em um tuíte na madrugada desta sexta-feira e sua campanha iniciou várias ações na justiça para contestar os resultados e pediu uma recontagem em Wisconsin, onde Biden ganhou por apenas 20.000 votos.

A tática de Trump tem sido há meses deslegitimar o voto por correio, estimado em mais de 63 milhões e em maior porcentagem para Biden.

Com essa atitude, cresce o medo de confrontos em um país cada vez mais tenso. Todos os olhares apontam para os correligionários republicanos.

Várias figuras importantes do partido apoiaram o presidente e indicaram que poderiam questionar a legitimidade dos resultados se Trump perder.

“Acredito que tudo deveria estar sobre a mesa”, disse o senador Lindsey Graham ao ser questionado pela rede conservadora Fox News se a legislatura da Pensilvânia – de maioria republicana – deveria verificar os resultados.

Mas o senador republicano Mitch McConnell, que nesta legislatura é chefe da maioria no Senado, teve uma reação mais contida.

“Assim devem ser as coisas em nosso país: todos os votos devem ser contados”, disse McConnell. “Qualquer voto emitido ilegalmente, não”.

“O presidente está em seu direito de pedir uma recontagem” de votos, mas “se equivoca ao dizer que a eleição foi fraudada, corrompida e roubada”.

Mobilização do Serviço Secreto

Após tensas eleições, em que a pandemia de Covid-19 levou o voto por correio a quantidade recorde, o fim da apuração nos estados-chave e muito disputados pode determinar quem alcançará o número mágico dos 270 votos do Colégio Eleitoral.

Na quinta-feira, Biden se mostrou confiante em sua vitória junto com sua companheira de chapa Kamala Harris, e insistiu aos eleitores que sejam pacientes e que o resultado será conhecido “em breve”.

“Continuamos nos sentindo muito bem sobre onde estão as coisas. Não temos nenhuma dúvida de que, quando a contagem terminar, a senadora Harris e eu seremos os ganhadores”, disse o ex-vice-presidente de Barack Obama em Wilmington, Delaware.

Um indício de que a vitória pode estar ao alcance de suas mãos é o reforço do dispositivo de segurança que o Serviço Secreto implementará em torno de Biden, segundo informou o jornal Washington Post.

Os Estados Unidos não vivenciam essa incerteza eleitoral desde 2000, quando a Suprema Corte acabou julgando a favor do republicano George W. Bush na disputa com o democrata Al Gore.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo