Mundo
Biden elogia líder do Senado dos EUA que pediu novas eleições em Israel
Senador democrata disse que Netanyahu se cercou de extremistas de direita e ‘tem sido muito tolerante com a perda de vidas’
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, elogiou nesta sexta-feira 15 o discurso do líder democrata do Senado de seu país, no qual pediu novas eleições em Israel, e disse que muitos americanos compartilham suas preocupações sobre a condução da guerra em Gaza pelo governo de Benjamin Netanyahu.
“Ele fez um bom discurso e acredito que expressou uma séria preocupação compartilhada não apenas por ele, mas por muitos americanos”, disse Biden sobre os comentários de quinta-feira 14 de Chuck Schumer, o político que ocupa o cargo eletivo de mais alto escalão nos Estados Unidos.
“Acredito que novas eleições são a única saída para permitir um processo de tomada de decisões saudável e aberto, em um momento em que tantos israelenses perderam a confiança na visão e direção de seu governo”, afirmou Schumer.
O senador democrata disse que Netanyahu se cercou de extremistas de direita e “tem sido muito tolerante com a perda de vidas civis em Gaza, algo que está levando o apoio a Israel a mínimos históricos em todo o mundo”.
“Israel não pode sobreviver caso se torne um pária”, declarou.
Schumer também disse que Netanyahu é um dos quatro “obstáculos principais” para a paz, junto com o Hamas, o líder da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, e os israelenses radicais de direita.
Os elogios do presidente pelo discurso de Schumer aumentaram os rumores sobre possíveis tensões com o líder israelense, mas a Casa Branca ressaltou que não estava pedindo novas eleições.
“Isso será decisão do povo israelense”, disse aos jornalistas o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby.
As tensões aumentaram pelo plano de Israel de lançar uma ofensiva em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, que Netanyahu disse que havia aprovado nesta sexta-feira.
“Não vimos [o plano]. Realmente, agradeceríamos a oportunidade de vê-lo”, disse Kirby.
Acrescentou que o presidente Biden não apoiaria nenhuma manobra sem um “plano crível, alcançável e exequível” para abrigar os mais de um milhão de habitantes de Gaza que se refugiam na cidade.
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