Batalha pelo direito ao aborto nos EUA ‘não acabou’, afirma Biden

Em junho passado, a mais alta corte americana considerou que o direito à interrupção voluntária da gravidez não estava protegido pela Constituição

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Foto: Mandel Ngan/AFP

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A luta pelo direito ao aborto “não acabou”, disse o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, neste domingo 22, cinco décadas após uma decisão histórica da Suprema Corte garantir esse direito – medida revertida pelo mesmo tribunal em junho do ano passado.

“Hoje deveria ter sido o 50º aniversário de Roe v. Wade”, tuitou o presidente democrata, referindo-se à decisão original.

“Ao invés disso, os funcionários republicanos do MAGA (apoiadores do ex-presidente Donald Trump, com seu slogan Make America Great Again) estão travando uma guerra contra o direito das mulheres de tomar suas próprias decisões sobre sua saúde”.

Biden acrescentou: “Não deixei de lutar para proteger os direitos reprodutivos das mulheres e nunca pararei.”

Em junho passado, a mais alta corte americana pôs fim a essa jurisprudência, considerando que o direito à interrupção voluntária da gravidez não estava protegido pela Constituição.

A Suprema Corte, à qual Trump deu uma composição muito conservadora, permitiu assim que cerca de vinte estados governados por republicanos proibissem ou restringissem severamente o acesso ao aborto.


Em seus tuítes de domingo, Biden insiste que “o direito de escolha das mulheres não é negociável” e pede ao Congresso que aprove uma legislação que utilize os termos da jurisprudência “Roe v. Wade”.

Mas o presidente de 80 anos não tem muita chance de sucesso: A Câmara dos Representantes acaba de passar para as mãos dos republicanos, e no Senado a maioria democrata é estreita.

No domingo, a vice-presidente Kamala Harris também deve detalhar, em um discurso marcando o 50º aniversário da sentença, uma nova rodada de medidas regulatórias.

A Casa Branca busca, desta vez, proteger o acesso às pílulas à base de mifepristona, que permitem interromper a gravidez nas primeiras semanas.

Ativistas a favor do direito ao aborto também anunciaram manifestações no domingo em várias cidades dos Estados Unidos para marcar o aniversário.

 

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