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Bannon, ex-braço direito de Trump, se declara culpado de desvio de fundos e evita prisão
O estrategista de extrema-direita foi condenado a três anos em liberdade condicional


Steve Bannon, estrategista político americano de extrema-direita e ex-braço direito de Donald Trump, declarou-se culpado nesta terça-feira 11 de desvio de fundos para a construção do muro na fronteira com o México, sendo condenado a três anos em liberdade condicional.
Presente no tribunal, Bannon se declarou culpado de fraude, enquanto a Promotoria do tribunal de Manhattan retirou outras acusações apresentadas em 2022 em um caso de fraude de 15 milhões de dólares (cerca de 78 milhões de reais na cotação da época), lavagem de dinheiro e desvio de fundos.
O estrategista afirmava ser inocente e dizia que era vítima de uma “falsa acusação”.
O caso faz referência a um site, We build the wall (“Nós construímos o muro”, em tradução livre), lançado em 2019, que a Justiça americana acredita que Bannon criou para arrecadar fundos de indivíduos para financiar a construção de um muro contra a imigração ilegal na fronteira sul dos Estados Unidos. Essa cerca é uma antiga promessa de Trump.
Bannon, de 71 anos, foi indiciado pela Justiça Federal neste caso, mas recebeu um indulto de Trump pouco antes de deixar a Casa Branca em 2021.
O ex-assessor de Trump foi um dos porta-vozes das acusações não comprovadas de suposta fraude durante a eleição presidencial de 2020 para ajudar o democrata Joe Biden a vencer, teorias que ainda circulam entre alguns setores conservadores americanos.
Em outubro de 2022, ele foi condenado a quatro meses de prisão por se recusar a cooperar com a investigação parlamentar sobre o ataque ao Capitólio — sede do Congresso — em 6 de janeiro de 2021 por centenas de apoiadores de Trump.
Ele cumpriu essa pena na prisão e foi solto no final de outubro de 2024, em meio à campanha para as últimas eleições presidenciais.
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