Avião civil sírio forçado a pousar levanta suspeitas sobre a Rússia

Aeronave carregava equipamentos militares de comunicação e peças que poderiam ser usadas em mísseis, segundo o governo da Turquia

Avião da Syrian Air é visto em aeroporto de Ancara, a capital da Turquia. Foto: Adem Altan / AFP

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Em meio à crescente tensão entre a Turquia e a Síria, o governo turco conseguiu nesta quarta-feira 10 ampliar as suspeitas de que a Rússia está prestando auxílio ao ditador Bashar al-Assad. Um avião civil que decolou de Moscou rumo a Damasco foi interceptado e forçado a realizar um pouso não programado em Ancara, capital da Turquia. Dentro da aeronave, da Syrian Air (companhia aérea estatal síria), o governo turco diz ter encontrado equipamentos militares de comunicação e peças que poderiam ser usadas em mísseis.

De acordo com o ministro do Exterior da Turquia, Ahmet Davutoglu, seu governo recebeu a informação (de uma fonte não identificada por ele) de que a aeronave levava “carga não civil” e “materiais proibidos” e que a interceptação se deu porque o transporte desses equipamentos quebra as regras da aviação civil.

Uma porta-voz do aeroporto de Vnukovo, de onde partiu o avião, afirmou que a aeronave decolou normalmente, sem incidentes, como ocorre sempre com o voo semanal da Syrian Air. O fato de a Turquia ter encontrado equipamentos proibidos, entretanto, deve acirrar os ânimos entre as grandes potências mundiais, que já se encontram divididas a respeito do que fazer na Síria.

Estados Unidos, França e Reino Unido acusam a Rússia de armar e prestar auxílio ao regime de Assad, o que Moscou nega. O episódio desta quarta-feira, se não implica diretamente o governo russo, indica pelo menos que sírios podem estar usando o território russo para transportar equipamentos militares a Assad.

Em contrapartida, a Rússia e a China condenam o governo dos Estados Unidos por auxiliar os opositores de Assad também com equipamentos de comunicação e logística. Os EUA também facilitam a entrega de armas, por parte da Arábia Saudita e do Catar, para os rebeldes sírios, mas informações recentes dão conta de que o governo de Barack Obama passou a dificultar a entrega de armas aos sírios diante do crescimento da influência de radicais islâmicos na oposição síria.

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