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Autoridades da Venezuela propõem romper acordos de gás com Trinidad após exercícios com EUA

A relação se deteriorou desde que Kamla Persad-Bissessar chegou ao poder com um discurso contra a migração venezuelana e alinhado com Washington

Autoridades da Venezuela propõem romper acordos de gás com Trinidad após exercícios com EUA
Autoridades da Venezuela propõem romper acordos de gás com Trinidad após exercícios com EUA
O navio de guerra USS Gravely em Port of Spain, em 26 de outubro de 2025. Foto: Martin Bernetti/AFP
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O Ministério de Hidrocarbonetos da Venezuela e a estatal petrolífera PDVSA propuseram ao presidente Nicolás Maduro, nesta segunda-feira 27, suspender os acordos energéticos com Trinidad e Tobago após o país receber um navio de guerra dos Estados Unidos para exercícios militares.

Trinidad recebeu recentemente autorização dos Estados Unidos para explorar um campo na Venezuela muito próximo à fronteira comum, apesar do embargo vigente desde 2019. Maduro ainda não se pronunciou a respeito.

A relação bilateral se deteriorou desde que Kamla Persad-Bissessar chegou ao poder em Port of Spain com um discurso contra a migração venezuelana e muito alinhado com Washington. Ela recebe nesta semana o navio USS Gravely para exercícios conjuntos em meio a operações antinarcóticos mais amplas no Caribe, que Maduro assegura terem como objetivo derrubá-lo.

“A primeira-ministra, em uma atitude hostil e agressiva contra a Venezuela, se uniu aos planos belicistas dos Estados Unidos”, disse a vice-presidente Delcy Rodríguez, que lidera a estratégica pasta de Hidrocarbonetos.

“Decidiu transformar o território deste país irmão em um porta-aviões dos Estados Unidos, em uma colônia militar dos Estados Unidos para se prestar ao plano belicista contra a Venezuela, e é uma guerra pelo petróleo e pelo gás”, acrescentou.

Rodríguez afirmou que a equipe petrolífera recomendou a Maduro romper um abrangente acordo de cooperação assinado em 2015 e que “em consequência, sejam suspensos todos os acordos gasíferos com Trinidad e Tobago”.

Persad-Bissessar “decidiu acreditar nas mentiras dos Estados Unidos, de que podem invadir a Venezuela, tomar o gás e entregá-lo. Não, o único caminho é a cooperação energética”.

O USS Gravely estará em Trinidad até 30 de outubro. É uma das sete embarcações que Trump enviou ao Caribe e à qual se somará nos próximos dias o porta-aviões Gerald R. Ford, o maior do mundo.

As operações americanas no Caribe tiraram a vida de pelo menos 43 pessoas em dez ataques contra supostas lanchas do narcotráfico no Caribe e no Pacífico.

A Venezuela denunciou mais cedo ter desmantelado uma suposta “célula criminosa” vinculada à CIA que buscava atacar o USS Gravely para incriminar o país.

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