Mundo

Autor de atentado contra Salman Rushdie é indiciado por terrorismo nos EUA

Se for considerado culpado, o acusado pode ser condenado à prisão perpétua

Autor de atentado contra Salman Rushdie é indiciado por terrorismo nos EUA
Autor de atentado contra Salman Rushdie é indiciado por terrorismo nos EUA
Hadi Matar, acusado de terrorismo após atacar o escritor Salman Rushdie com uma faca, em 2022. Foto: ANGELA WEISS / AFP
Apoie Siga-nos no

O autor das facadas que quase mataram o escritor Salman Rushdie em agosto de 2022 foi indiciado por três acusações de terrorismo, segundo um documento judicial revelado nesta quarta-feira (24).

Hadi Matar “tentou, conscientemente, fornecer apoio material e recursos” à “organização terrorista Hezbollah“, cujo líder havia emitido uma “fatwa (condenação à morte) contra Rushdie havia mais de três décadas, devido à publicação do livro “Os Versos Satânicos”.

O americano de origem libanesa, de 26 anos, também é acusado de participar em um ato de terrorismo que transcende as fronteiras nacionais e de prestar apoio material a terroristas.

Se for considerado culpado, o acusado pode ser condenado à prisão perpétua.

“Alegamos que, ao tentar assassinar Salman Rushdie em Nova York em 2022, Hadi Matar cometeu um ato de terrorismo em nome do Hezbollah, uma organização terrorista designada alinhada com o regime iraniano“, declarou o procurador-geral Merrick B. Garland em um comunicado.

Rushdie, de 76 anos e nascido na Índia, sobreviveu a uma dúzia de facadas que Matar lhe desferiu enquanto participava, em 12 de agosto de 2022, de uma conferência na Chautauqua Institution, no norte do estado de Nova York, diante de uma plateia de cerca de mil pessoas.

Salman Rushdie, após se recuperar do ataque com faca sofrido em agosto de 2022.
Foto: Tobias SCHWARZ / AFP

O escritor contou em um livro intitulado “Faca: Reflexões sore um atentado”, publicado em abril passado, o ataque no qual perdeu um olho e as semanas que passou entre a vida e a morte.

No livro, Rushdie não menciona o nome do agressor, que confessou ter lido apenas duas páginas do livro que motivou a fatwa.

Em mais de três décadas de vigência da fatwa, Rushdie foi vítima de mais de meia dúzia de tentativas frustradas de acabar com sua vida.

No entanto, o tradutor japonês de sua obra foi assassinado em 1991, assim como cerca de vinte pessoas em violentas manifestações na Índia e no Paquistão.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo