Diante do aumento constante de casos graves de Covid-19 nas UTIs da região parisiense, as autoridades francesas ativaram o “plano branco” nos hospitais de Île-de-France. Esse conjunto de medidas emergenciais permite o adiamento de cirurgias não essenciais, a reorganização interna de médicos e enfermeiros nas diversas áreas de atendimento, a contratação de trabalhadores temporários e até a reconvocação de profissionais afastados, se necessário.
Em breve, 50% dos leitos de terapia intensiva estarão ocupados nesta densa região de 12,2 milhões de habitantes. “Diante da pressão sobre os leitos de terapia intensiva e de internação convencional, pedi aos diretores dos estabelecimentos de saúde da região que acionassem seu plano branco para mobilizar todos os seus recursos e antecipar os dias que virão”, escreveu Aurélien Rousseau, diretor da Agência Regional de Saúde de Île-de-France no Twitter.
No início da semana, os hospitais da região metropolitana de Paris atingiram a marca de 40% de “pacientes Covid” em unidades de terapia intensiva. E a situação tende a piorar. Na quarta-feira 8, havia 455 pessoas internadas nas UTIs da região, com um quadro grave da nova infecção pulmonar.
“Acreditamos que chegaremos a 50% de leitos ocupados dentro de 10 a 15 dias, se as medidas que tomarmos hoje não tiverem o efeito esperado”, acrescentou o diretor da ARS. No final de setembro, prevendo um agravamento da epidemia, cerca de 40 hospitais da região parisiense decidiram adiar 20% das cirurgias previstas.
Novas medidas podem ser anunciadas nesta quinta
A França registrou nas últimas 24 horas 18.746 novos casos de contaminação pelo coronavírus. O Ministério da Saúde irá anunciar ainda nesta quinta-feira novas medidas de restrição para conter a epidemia. As regiões metropolitanas de Lille, Lyon, Grenoble e Saint-Etienne podem passar para a categoria de “alerta máximo” contra o coronavírus, a exemplo de Paris e Marselha.
A alta preocupante de casos de Covid-19 continua em vários países da Europa. Na Alemanha, até então proporcionalmente menos afetada do que os vizinhos europeus, pela primeira vez desde abril mais de 4 mil casos foram detectados nas últimas 24 horas. As autoridades alemãs temem um aumento incontrolado da epidemia.
Na Bélgica, bares de todo o país fecham a partir desta quinta-feira por pelo menos um mês para tentar frear a propagação do vírus.
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