Economia
Atividade industrial chinesa supera previsões e resiste às tarifas americanas
A produção do país asiático cresceu 6,1%, acima dos 5,7% citados pelo mercado nos últimos dias
A atividade industrial da China cresceu no mês passado a um ritmo superior ao previsto, segundo os dados oficiais divulgados nesta segunda-feira 19, em uma demonstração de resistência à brutal guerra comercial com os Estados Unidos.
Pequim e Washington concordaram na semana passada em reduzir drasticamente as tarifas impostas mutuamente a seus produtos durante 90 dias, o que gerou esperanças de que a economia mundial consiga evitar uma grave recessão.
A produção industrial da potência exportadora asiática cresceu 6,1% em termos anuais em abril, segundo os dados publicados pelo Escritório Nacional de Estatísticas (ONE).
O resultado foi superior aos 5,7% previstos em uma pesquisa da agência Bloomberg, mas ainda inferior ao salto de 7,7% registrado em março.
“A economia nacional resistiu à pressão e cresceu de forma estável em abril”, destacou o ONE, que, ao mesmo tempo, reconheceu uma “situação complexa de crescentes perturbações externas e dificuldades e desafios internos estratificados”.
Além das crescentes tensões comerciais, Pequim também luta contra uma persistente queda no gasto interno, que ameaça a meta oficial de crescimento para este ano de cerca de 5%.
“As atividades econômicas desaceleraram apenas de maneira marginal em abril, com as exportações permanecendo resilientes, apesar do aumento das tarifas americanas”, escreveu Zhiwei Zhang, presidente e economista-chefe da Pinpoint Asset Management, em um comunicado.
“Agora que as tarifas foram reduzidas significativamente, espero que as exportações permaneçam fortes”, acrescentou Zhang. “O impulso econômico no segundo trimestre provavelmente será estável”, concluiu.
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