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Atentado é mensagem da Al-Qaeda na guerra contra o Iêmen

Sob um ofensiva militar do governo iemenita, rede terrorista reivindica ataque que deixou pelo menos 90 mortos na capital do país

Atentado é mensagem da Al-Qaeda na guerra contra o Iêmen
Atentado é mensagem da Al-Qaeda na guerra contra o Iêmen
Militar ferido em atentado recebe cuidados médicos em hospital de Sana. Foto: Mohammed Huwais / AFP
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A rede terrorista Al-Qaeda reivindicou o atentado realizado nesta segunda-feira 21 no centro de Sana, a capital do Iêmen, que deixou pelo menos 90 pessoas mortas. De acordo com as primeiras informações, um homem-bomba disfarçado de militar se infiltrou em um grupo de soldados que se preparava para a cerimônia de celebração do Dia da Unificação do Iêmen, marcada para terça-feira 22, e detonou os explosivos. Estavam presentes, e não foram feridos, o ministro da Defesa dos Iêmen e o Chefe do Estado-Maior. O episódio não foi um caso isolado, mas um recado, o mais potente deles, de que a Al-Qaeda está firme na guerra contra as forças de segurança do Iêmen.

A Al-Qaeda na Península Arábica (AQAP), braço da rede terrorista no Iêmen, ganhou força em 2011, durante os protestos da Primavera Árabe contra o ditador Ali Abdullah Saleh. O governo Saleh respondeu com violência às manifestações, desestabilizando o país. Aproveitando o vácuo de poder, a Al-Qaeda ganhou força e conseguiu estabelecer territórios próprios nas províncias de Al-Baida e Abyan, no sul do Iêmen. Esses territórios deram um porto seguro para a rede terrorista e a força da Al-Qaeda se tornou um dos principais problemas herdados pelo novo presidente do Iêmen, Abd Rabbuh Mansur Al-Hadi, que assumiu o poder em fevereiro.

Até maio, as Forças Armadas do Iêmen e integrantes da Al-Qaeda travavam conflitos esporádicos nas regiões montanhosas do sul do país, mas a partir do último dia 12 os esforços do governo aumentaram. Artilharia, infantaria e a Força Aérea do Iêmen estão na ofensiva, numa tentativa de desenraizar a Al-Qaeda. O Iêmen conta com o apoio dos Estados Unidos. Washington tem usado seus aviões não-tripulados e informações de Inteligência para lidar com a Al-Qaeda na Península Arábica. Nos escritos encontrados com Bin Laden no refúgio em que este foi morto, no Paquistão, havia diversos comentários do saudita sobre a AQAP. Bin Laden gostaria que a AQAP cessasse os confrontos com o governo iemenita e se concentrasse em alvos ocidentais, especialmente dentro dos EUA. O grupo não seguiu à risca os pedidos do chefe saudita, mas estabeleceu um grupo cujo objetivo é atacar alvos ocidentais. A última tentativa da AQAP de atacar os EUA foi frustrada por um agente-duplo no início de maio. Infiltrado na AQAP, ele evitou que um terrorista embarcasse em um avião com uma bomba.

Neste contexto, o ataque desta segunda-feira é um claro alerta da Al-Qaeda ao governo do Iêmen. O grupo está sendo duramente atacado no sul do país, mas tem capacidade para realizar poderosos atentados, inclusive na capital Sana e num local repleto de militares. A mensagem do recado é clara: ninguém está seguro, nem mesmo algumas das principais autoridades do país.

A rede terrorista Al-Qaeda reivindicou o atentado realizado nesta segunda-feira 21 no centro de Sana, a capital do Iêmen, que deixou pelo menos 90 pessoas mortas. De acordo com as primeiras informações, um homem-bomba disfarçado de militar se infiltrou em um grupo de soldados que se preparava para a cerimônia de celebração do Dia da Unificação do Iêmen, marcada para terça-feira 22, e detonou os explosivos. Estavam presentes, e não foram feridos, o ministro da Defesa dos Iêmen e o Chefe do Estado-Maior. O episódio não foi um caso isolado, mas um recado, o mais potente deles, de que a Al-Qaeda está firme na guerra contra as forças de segurança do Iêmen.

A Al-Qaeda na Península Arábica (AQAP), braço da rede terrorista no Iêmen, ganhou força em 2011, durante os protestos da Primavera Árabe contra o ditador Ali Abdullah Saleh. O governo Saleh respondeu com violência às manifestações, desestabilizando o país. Aproveitando o vácuo de poder, a Al-Qaeda ganhou força e conseguiu estabelecer territórios próprios nas províncias de Al-Baida e Abyan, no sul do Iêmen. Esses territórios deram um porto seguro para a rede terrorista e a força da Al-Qaeda se tornou um dos principais problemas herdados pelo novo presidente do Iêmen, Abd Rabbuh Mansur Al-Hadi, que assumiu o poder em fevereiro.

Até maio, as Forças Armadas do Iêmen e integrantes da Al-Qaeda travavam conflitos esporádicos nas regiões montanhosas do sul do país, mas a partir do último dia 12 os esforços do governo aumentaram. Artilharia, infantaria e a Força Aérea do Iêmen estão na ofensiva, numa tentativa de desenraizar a Al-Qaeda. O Iêmen conta com o apoio dos Estados Unidos. Washington tem usado seus aviões não-tripulados e informações de Inteligência para lidar com a Al-Qaeda na Península Arábica. Nos escritos encontrados com Bin Laden no refúgio em que este foi morto, no Paquistão, havia diversos comentários do saudita sobre a AQAP. Bin Laden gostaria que a AQAP cessasse os confrontos com o governo iemenita e se concentrasse em alvos ocidentais, especialmente dentro dos EUA. O grupo não seguiu à risca os pedidos do chefe saudita, mas estabeleceu um grupo cujo objetivo é atacar alvos ocidentais. A última tentativa da AQAP de atacar os EUA foi frustrada por um agente-duplo no início de maio. Infiltrado na AQAP, ele evitou que um terrorista embarcasse em um avião com uma bomba.

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