Mundo
Ataques atribuídos a extremistas deixam mais de dez mortos em Burkina Faso
O ataque aconteceu um dia depois que o ministro da Defesa, o general Aimé Barthélémy Simporé, pediu uma ‘explosão patriótica’


Ataques atribuídos a extremistas islâmicos deixaram mais de dez civis mortos na segunda-feira (1) no norte de Burkina Faso, perto da fronteira com o Níger, informaram nesta terça-feira (2) à AFP um oficial militar e autoridades locais eleitas.
“Indivíduos armados, provavelmente membros do EIGS (grupo Estado Islâmico no Grande Saara), interceptaram habitantes de Dambam que se dirigiam ao mercado de Markoye” na região do Sahel (norte).
“Uma dúzia deles foi executada”, disse um oficial militar.
Militares foram enviados à área e “realizam buscas, porque ainda estão desaparecidas quatro pessoas que também iam para Markoye”, acrescentou.
Um político eleito da região confirmou o ataque, explicando que “os terroristas montaram uma barreira na estrada entre Dambam e Markoye e interceptaram todos os que iam ao mercado”.
“Havia pessoas a pé, em triciclos e motocicletas”, informou a autoridade local, observando que “as quatro pessoas desaparecidas foram sequestradas pelos extremistas islâmicos”.
Outro representante local questionado pela AFP disse que “a maioria das vítimas foi covardemente assassinada, massacrada e seus triciclos incendiados” e expressou preocupação com “a multiplicação de ataques contra civis nas últimas semanas” na região.
Segundo ele, nos dias 29 e 30 de outubro, grupos armados saquearam propriedades, roubaram gado e sequestraram moradores em vários municípios da região.
A 15 quilômetros da fronteira com o Níger, Markoye está localizada na chamada área das “três fronteiras”, na fronteira de Burkina Faso, Mali e Níger, palco de sangrentos ataques terroristas.
Markoye recebe às segundas-feiras um dos poucos mercados semanais que continuam a atrair moradores para comprar ou vender seu gado.
O ataque aconteceu um dia depois que o ministro da Defesa, o general Aimé Barthélémy Simporé, pediu uma “explosão patriótica” e uma mobilização para uma “ofensiva decisiva” contra os grupos islamitas que atuam no país.
Burkina Faso sofre ataques regulares de grupos extremistas desde 2015, especialmente nas regiões norte e leste, perto do Mali e di Níger, países que também são vítimas desse tipo de ação.
Esses ataques, muitas vezes realizados por meio de emboscadas e atribuídos a grupos filiados ao Estado Islâmico e à Al-Qaeda, causaram mais de 2.000 mortes e 1,4 milhão de deslocados internos.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.