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Ataque israelense mata dez pessoas da mesma família na Faixa de Gaza

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu advertiu que o Exército continuará atacando o Hamas

Foto: MAHMUD HAMS / AFP
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Dez pessoas de uma mesma família morreram na manhã de sábado 15, em mais um bombardeio israelense na Faixa de Gaza, no Oriente Medio. Oito crianças e duas mulheres estão entre as vítimas. Elas foram atingidas dentro de casa, um pequeno edifício de três andares no campo de refugiados de Al Shati, segundo socorristas palestinos.

O Exército israelense confirmou pelo menos cinco ataques na região. Entre os alvos, de acordo com um comunicado oficial, estava um dos quartéis-generais das forças de segurança do grupo palestino Hamas e locais de lançamento de foguetes.

As hostilidades entre Israel e o Hamas se intensificam desde a última segunda-feira. Até a noite de sexta-feira 14, os bombardeios israelenses deixaram 126 mortos e 950 feridos. Em uma semana, mais de 2.000 foguetes foram lançados sobre o território israelense, matando 9 pessoas, incluindo uma criança e um soldado, e ferindo mais de 560.

O correspondente da RFI em Jerusalém, Sami Boukhelifa, relata confrontos sem trégua, dia e noite, com bombas caindo nas ruas de Gaza, onde dois milhões de palestinos vivem sob bloqueio israelense.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu advertiu que o Exército continuará atacando o Hamas, especialmente os locais de lançamento subterrâneos de onde os grupos armados palestinos disparam seus foguetes contra cidades israelenses. Cerca de 90% deles, no entanto, são interceptados pelo Iron Dome, o sistema anti-míssil do Exército de Israel.

A violência está se espalhando nos territórios israelense e palestino. Cidades israelenses mistas, onde vivem judeus e árabes, têm sido palco de confrontos intercomunais. A Cisjordânia também está se levantando contra as forças de ocupação israelenses posicionadas ali.

Neste sábado, os palestinos comemoram o 73º aniversário da Nakba, “o desastre”. Em 1948, quando o Estado de Israel foi estabelecido, 700.000 árabes foram expulsos de suas terras e forçados ao êxodo.

Poucos resultados políticos

Juntamente com uma escalada dos ataques entre árabes e judeus em várias cidades de Israel, o conflito atingiu um nível de violência não visto há décadas, de acordo com a polícia israelense.

Diante do aumento da violência, qual é a responsabilidade do primeiro-ministro Benyamin Netanyahu? “Há quem diga que ele não teve nada a ver com isso e que pode não ter planejado as coisas ou que o governo israelense subestimou a emoção que despertaria a entrada de policiais na mesquita de al-Aqsa”, analisa Denis Charbit, professor de ciência política da Universidade Aberta de Israel. “Mas quando conhecemos o contexto político, nós dizemos que, mesmo que ele não seja o organizador de tudo isso, a verdade é que isso serve a Netanyahu”, completa.

Para observadores, Benjamin Netanyahu pode se beneficiar politicamente com essa tensão renovada. “Seus interesses são de permanecer no poder. Mas, ao mesmo tempo, aproveitar os acontecimentos. E muito provavelmente terá sucesso, já que foi anunciado que Naftali Bennett está desistindo da ideia de formar um governo alternativo”, avalia o professor. “Ainda não há um desfecho político muito claro, mas Netanyahu, presumivelmente, ainda tem uma chance de permanecer no poder por algum tempo”, conclui.

Protestos na França

Em Paris, uma manifestação de apoio aos palestinos foi marcada, apesar da interdição por parte do governo francês para evitar atos violentos. O ministro do Interior, Gérald Darmanin, disse nessa quinta-feira 13 que havia “riscos de ameaças à ordem pública”. As autoridades francesas querem evitar cenas violentas como as registradas em 2014, durante um protesto contra a ofensiva israelense à Faixa de Gaza.

A proibição das autoridades foi mantida pela Justiça, mas os apoiadores do povo palestino pretendem se reunir na tarde deste sábado na capital e outras cidades da França.

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