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Ataque em campanha de vacinação contra a pólio deixa sete mortos no Paquistão

Doença se tornou endêmica no país e campanha de vacinação tem enfrentado dificuldades e insegurança

Ataque em campanha de vacinação contra a pólio deixa sete mortos no Paquistão
Ataque em campanha de vacinação contra a pólio deixa sete mortos no Paquistão
Paramédicos e outros carregam um homem ferido para um hospital após uma explosão perto de uma escola para meninas que tinha como alvo a polícia que protegia vacinadores contra a poliomielite na cidade de Mastung, na província do Baluchistão, em 1º de novembro de 2024. Foto: Banaras KHAN / AFP
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Um ataque a bomba nesta sexta-feira (1) contra policiais que protegiam uma campanha de vacinação contra a poliomielite em Mastung, no sudoeste do Paquistão, deixou pelo menos sete pessoas mortas, incluindo cinco meninas, e 23 feridos.

A explosão ocorreu perto do mercado central de Mastung, no Baluchistão. “O alvo era uma viatura da polícia que iria pegar uma equipe de vacinação contra a poliomielite”, disse Rehmat Ullah, chefe de polícia local, à agência Reuters.

Um policial morreu no atentado. A explosão foi causada por um dispositivo improvisado acoplado a uma motocicleta estacionada perto de uma escola para meninas da cidade.

A viatura transportava policiais destacados para fazer a segurança da campanha contra a poliomielite. Os agentes de saúde que vacinam a população e os policiais que os protegem são alvo de ataques com frequência, mas raramente nesta região.

O ministro do Interior paquistanês, Mohsin Naqvi, condenou “uma ação brutal” contra “crianças inocentes” e prometeu agir contra os autores, embora o ataque ainda não tenha sido reivindicado.

O Paquistão enfrenta um retorno de casos de poliomielite e pelo menos 41 crianças já foram contaminadas desde o início do ano. As infecções vêm aumentando nos últimos três anos.

Na segunda-feira (28), 405.000 pessoas foram mobilizadas para vacinar 45 milhões de crianças, em uma semana.

Doença é endêmica no país

Os agentes vão até às casas das pessoas para tentar convencer as famílias, que muitas vezes não autorizam a administração da vacina contra a poliomielite, que é oral e em duas doses.

No total, dezesseis enfermeiros ou policiais morreram desde o início do ano. Em setembro, cerca de cem agentes entraram em greve para denunciar essa violência.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que são necessárias no mínimo duas doses de vacina oral, tomadas separadamente para interromper a transmissão do vírus da doença.

O imunizante deve ser aplicado em 90% de todas as crianças menores de 10 anos de uma mesma comunidade.

Transmitido por esgoto e água contaminada, o vírus da pólio pode causar deformidades e paralisia, e é potencialmente fatal. Ele afeta principalmente crianças menores de cinco anos de idade.

Com informações da AFP e Reuters

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