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Ataque de extremistas na Nigéria deixa mais de 60 mortos

Muitas vítimas eram de famílias recentemente realocadas. “Vieram gritando, atirando em todos”, disse sobrevivente

Ataque de extremistas na Nigéria deixa mais de 60 mortos
Ataque de extremistas na Nigéria deixa mais de 60 mortos
Foto de arquivo: Reprodução/Redes Sociais
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Extremistas islâmicos mataram pelo menos 63 pessoas no nordeste da Nigéria em um ataque na noite de sexta-feira contra uma localidade onde vivem pessoas deslocadas pela guerra, informou, neste sábado (6), o governador do estado de Borno, Babagana Zulum.

O dirigente regional indicou que cinco soldados estavam entre os mortos, número que foi confirmado à AFP por uma fonte de segurança.

“Até agora, confirmamos a morte de 63 pessoas, civis e militares”, acrescentou Zulum. O número anterior era de pelo menos 55 mortos.

O ataque ocorreu na cidade de Darul Jamal (nordeste), que abriga uma base militar na fronteira entre Nigéria e Camarões.

Embora a violência jihadista tenha diminuído desde o auge da insurgência do grupo islamista Boko Haram, entre 2013 e 2015, militantes de grupos rivais, como os do Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP, na sigla em inglês) seguem realizando ataques em áreas rurais no nordeste do país.

Uma fonte da segurança informou à AFP as mortes dos cinco soldados, mas o chefe de uma milícia alinhada ao governo, Babagana Ibrahim, disse que eram seis os militares mortos.

Moradores de Darul Jamal relataram que o ataque começou às 20h30 locais (16h30 de Brasília), quando dezenas de combatentes chegaram em motocicletas, atirando com fuzis de assalto e ateando fogo nas casas.

“Vieram gritando, atirando em todos”, disse Malam Bukar, que fugiu para o campo com a esposa e três filhos. “Quando voltamos, ao amanhecer, os corpos estavam por toda parte”, acrescentou.

Um porta-voz do Exército nigeriano não respondeu aos pedidos por informação.

Muitas vítimas eram famílias recentemente realocadas do campo de deslocados da Escola de Ensino Médio do Governo em Bama, cidade próxima a Camarões que as autoridades fecharam no começo deste ano.

“O governo disse que estaríamos seguros aqui”, contou Hajja Fati, mãe de cinco filhos que perdeu o irmão no ataque. “Agora estamos enterrando nossa gente novamente”, lamentou.

Sabe-se que a região está sob o controle de um comandante do Boko Haram e uma fonte da segurança disse à AFP que ele chefiou o ataque.

Desde 2019, o Boko Haram se engaja em uma insurgência sangrenta que busca estabelecer um califado islâmico no nordeste da Nigéria, em uma campanha que já deixou cerca de 40.000 mortos e mais de dois milhões de pessoas deslocadas.

O grupo rival ISWAP se separou do Boko Haram em 2016.

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