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Ataque acidental de drone do Exército mata 85 civis na Nigéria

As Forças Armadas da Nigéria recorrem com frequência a bombardeios aéreos em sua luta contra as milícias que operam no noroeste e nordeste do país

Ataque acidental de drone do Exército mata 85 civis na Nigéria
Ataque acidental de drone do Exército mata 85 civis na Nigéria
Foto de arquivo: Reprodução/Redes Sociais
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Um drone do Exército nigeriano matou acidentalmente pelo menos 85 civis no domingo (3) em um município do estado de Kaduna, noroeste do país, afirmaram as autoridades dos serviços de emergência.

O presidente Bola Ahmed Tinubu ordenou nesta terça-feira a abertura de uma investigação, depois que as Forças Armadas admitiram que um de seus drones atacou por engano a localidade de Tudun Biri quando os moradores celebravam um feriado muçulmano.

O Exército não divulgou dados sobre as vítimas, mas os moradores informaram que 85 pessoas morreram, incluindo mulheres e crianças.

“O gabinete da zona noroeste recebeu informações das autoridades locais de que 85 corpos foram enterrados até o momento, enquanto as buscas prosseguem”, afirmou a Agência Nacional de Gestão de Emergências (NEMA) em um comunicado.

A agência informou ainda que 66 pessoas foram hospitalizadas e que as autoridades dos serviços de emergências estão negociando com os líderes da comunidade para tentar reduzir a tensão e entrar na localidade.

As Forças Armadas da Nigéria recorrem com frequência a bombardeios aéreos em sua luta contra as milícias que operam no noroeste e nordeste do país, cenário de um conflito com jihadistas há 14 anos.

O conflito já matou mais de 40.000 pessoas e provocou o deslocamento de dois milhões desde 2009.

“O presidente Tinubu descreve o incidente como algo muito infeliz, perturbador e doloroso, expressando indignação e pesar pela trágica perda de vidas nigerianas”, afirmou a presidência em um comunicado.

O Exército afirmou que o drone realizava uma missão de rotina e “atingiu inadvertidamente membros da comunidade”.

A maioria das vítimas eram mulheres, crianças e idosos que celebravam o feriado muçulmano de Mawlid, que celebra o nascimento do profeta Maomé.

“Eu estava dentro de casa quando caiu a primeira bomba (…) Corremos para ajudar os atingidos, depois caiu a segunda bomba”, afirmou Idris Dahiru, morador da região.

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