Mundo

Ata do Banco Central dos EUA mostra preocupação com as políticas de Trump

O presidente ameaçou impor altas tarifas a alguns dos principais parceiros comerciais do País

Ata do Banco Central dos EUA mostra preocupação com as políticas de Trump
Ata do Banco Central dos EUA mostra preocupação com as políticas de Trump
O presidente dos EUA, Donald Trump. Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP
Apoie Siga-nos no

Os responsáveis pela política monetária do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, expressaram preocupação com os possíveis efeitos inflacionários das propostas do presidente americano, Donald Trump, em matéria comercial e migratória, segundo as atas de sua última reunião, publicadas nesta quarta-feira 19.

O presidente ameaçou impor altas tarifas a alguns dos principais parceiros comerciais dos Estados Unidos, acusando-os de práticas comerciais desleais e de não fazer o suficiente para combater o narcotráfico.

Também prometeu realizar a maior deportação em massa de migrantes da história do País, o que, segundo muitos economistas, também poderia ter efeitos inflacionários.

O Comitê de Política Monetária do Fed (FOMC), que define a taxa de juros de referência, votou em 29 de janeiro para fazer uma pausa nos cortes após três reduções consecutivas e indicou que não tinha pressa em retomá-los.

A decisão do Fed de manter sua taxa entre 4,25% e 4,50% ocorreu poucos dias depois da posse de Trump e em meio a um leve aumento da inflação ao consumidor.

“Os participantes esperavam que, com uma política monetária adequada, a inflação continuasse avançando em direção a 2%, embora o progresso pudesse permanecer irregular”, afirmou o Fed nas atas, referindo-se à meta de longo prazo de 2%.

Os responsáveis manifestaram preocupação com o fato de que “os efeitos das possíveis mudanças na política comercial e de imigração” poderiam complicar o processo de desinflação, acrescentou a instituição nas atas, que não mencionam Trump diretamente.

O Fed se reúne a cada seis semanas para avaliar o nível das taxas de juros.

Quando as taxas são elevadas, o crédito fica mais caros, o que reduz o consumo e o investimento, diminuindo a pressão sobre os preços. Por outro lado, taxas mais baixas impulsionam a dinâmica econômica.

O mercado americano vê poucas chances de que o Fed volte a cortar as taxas nos próximos meses.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo