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Associated Press é barrada por Trump após se recusar a chamar Golfo do México de ‘Golfo da América’

A agência de notícias americana denuncia desde terça-feira que foi proibido o acesso de seus jornalistas aos eventos na Casa Branca

Associated Press é barrada por Trump após se recusar a chamar Golfo do México de ‘Golfo da América’
Associated Press é barrada por Trump após se recusar a chamar Golfo do México de ‘Golfo da América’
O presidente dos EUA Donald Trump. Foto: Saul Loeb/AFP
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A presidência dos Estados Unidos anunciou, nesta sexta-feira 14, que a agência Associated Press (AP) está proibida de acessar o Salão Oval e o avião oficial de Donald Trump, o Air Force One, por tempo indeterminado, após se recusar a chamar o “Golfo do México” de “Golfo da América”.

A agência de notícias americana denuncia desde terça-feira que foi proibido o acesso de seus jornalistas aos eventos na Casa Branca devido à sua recusa em adotar essa nova denominação decretada pelo presidente republicano.

“A Associated Press continua ignorando a mudança legal do nome geográfico para Golfo da América”, escreveu nesta sexta-feira no X o vice-chefe de gabinete da Casa Branca, Taylor Budowich.

“Embora seu direito à cobertura irresponsável e desonesta esteja protegido pela Primeira Emenda” da Constituição, isso “não garante o privilégio de acesso irrestrito a espaços limitados, como o Salão Oval e o Air Force One”, disse Budowich.

“No futuro, essas áreas estarão abertas para os milhares de jornalistas a quem foi negado o acesso (…) Os jornalistas e fotógrafos da Associated Press manterão sua credencial para o complexo da Casa Branca”, continuou.

Contatada nesta sexta-feira, a AP não fez comentários.

Nesta semana, um de seus repórteres teve acesso negado à coletiva de imprensa de Donald Trump com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, o que foi considerado “uma violação flagrante da Primeira Emenda”, declarou Julie Pace, editora-chefe da AP.

Em um comunicado editorial, a AP explicou que o decreto que altera o nome do Golfo do México tem autoridade apenas nos Estados Unidos, já que o México e outros países e organismos internacionais não o reconhecem.

“A Associated Press se referirá a ele pelo nome original, reconhecendo ao mesmo tempo o novo nome escolhido por Trump”, acrescentou a agência de notícias.

Fundada em 1846 por jornais de Nova York, a AP fornece artigos, fotos e vídeos para vários meios de comunicação, tanto americanos quanto estrangeiros. A agência emprega mais de 3 mil pessoas.

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