Mundo
Assange pode ser detido se Equador não conceder asilo
Ao buscar refúgio na embaixada equatoriana, fundador do WikiLeaks violou os termos de sua prisão domiciliar no Reino Unido
A polícia do Reino Unido fez, nesta quarta-feira 20, um alerta ao australiano Julian Assange, fundador do WikiLeaks, que na terça-feira se refugiou na embaixada do Equador em Londres e pediu asilo político. Segundo a Scotland Yard, Assange se expôs a uma detenção depois de ter violado os termos da liberdade condicional. Ameaçado por uma decisão da Justiça britânica que determina sua extradição para a Suécia, onde é acusado de crimes sexuais, Assange pode ter sua situação ainda mais complicada caso o Equador rejeite seu pedido.
Uma porta-voz da Scotland Yard recordou que entre as condições da prisão domiciliar de Assange estava a permanência dele em um endereço pré-determinado entre às 22 e às 8 horas locais. “Às 22h20 de terça-feira 19, a polícia foi notificada que Assange havia violado uma das condições. Está exposto agora a uma detenção pelo descumprimento das condições”, declarou a porta-voz.
O ato de Assange revelou a situação crítica de sua condição. Dono de um site que revelou inúmeros segredos dos Estados Unidos, Assange teme que a extradição para a Suécia seja o primeiro passo para uma futura extradição para os EUA, onde enfrentaria acusações muito mais graves. Segundo a mãe de Assange, Christine, o pedido de asilo político do filho é um “último esforço desesperado, porque ele é um preso político”, declarou. O governo americano disse que o pedido de asilo é um assunto para ser resolvido entre três governos: do Equador, da Suécia e do Reino Unido.
Na terça-feira, o ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, confirmou em entrevista coletiva a entrada de Assange na embaixada e afirmou que seu governo está analisando o pedido. De acordo com o chanceler equatoriano, Assange escreveu uma carta para o presidente do Equador, Rafael Correa, justificando o pedido. Segundo Patiño, Assange pediu “a proteção do governo do Equador” e disse ser “impossível” seu retorno à Austrália diante da “lamentável declaração efetiva de abandono” por parte das autoridades de seu país natal. Na carta, afirmou Patiño, Assange descreve os motivos de seu pedido. “A perseguição da qual sou objeto em diversos países deriva não apenas das minhas ideias e minhas ações, mas também do meu trabalho de publicar informações que comprometem os poderosos, de publicar a verdade e com isso desmascarar a corrupção e graves abusos aos direitos humanos ao redor do mundo”, escreveu Assange.
O governo de Rafael Correa é simpático a Assange. Em 2010, ofereceu ao australiano a chance de residir no país para dar a ele a chance de se expressar publicamente. No época, porém, o fundador do WikiLeaks negou o pedido, mas ele também não havia sofrido as atuais acusações na Suécia. Desta vez, temendo ser extraditado para o país escandinavo, o que deve ocorrer até o fim do mês segundo a Justiça britânica, Assange volta atrás e bate na porta da embaixada equatoriana pedindo ajuda. Assange requisita asilo político, que nada mais é do que pedir a proteção das autoridades equatorianas contra a perseguição que o australiano se diz sofrer nos Estados Unidos e Europa. Resta saber se Correa será tão hospitaleiro, quanto foi em 2010, agora que o caso de Assange assumiu essas proporções diplomáticas e políticas.
*Com informações da AFP
Leia mais em AFPMóvel.
A polícia do Reino Unido fez, nesta quarta-feira 20, um alerta ao australiano Julian Assange, fundador do WikiLeaks, que na terça-feira se refugiou na embaixada do Equador em Londres e pediu asilo político. Segundo a Scotland Yard, Assange se expôs a uma detenção depois de ter violado os termos da liberdade condicional. Ameaçado por uma decisão da Justiça britânica que determina sua extradição para a Suécia, onde é acusado de crimes sexuais, Assange pode ter sua situação ainda mais complicada caso o Equador rejeite seu pedido.
Uma porta-voz da Scotland Yard recordou que entre as condições da prisão domiciliar de Assange estava a permanência dele em um endereço pré-determinado entre às 22 e às 8 horas locais. “Às 22h20 de terça-feira 19, a polícia foi notificada que Assange havia violado uma das condições. Está exposto agora a uma detenção pelo descumprimento das condições”, declarou a porta-voz.
O ato de Assange revelou a situação crítica de sua condição. Dono de um site que revelou inúmeros segredos dos Estados Unidos, Assange teme que a extradição para a Suécia seja o primeiro passo para uma futura extradição para os EUA, onde enfrentaria acusações muito mais graves. Segundo a mãe de Assange, Christine, o pedido de asilo político do filho é um “último esforço desesperado, porque ele é um preso político”, declarou. O governo americano disse que o pedido de asilo é um assunto para ser resolvido entre três governos: do Equador, da Suécia e do Reino Unido.
Na terça-feira, o ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, confirmou em entrevista coletiva a entrada de Assange na embaixada e afirmou que seu governo está analisando o pedido. De acordo com o chanceler equatoriano, Assange escreveu uma carta para o presidente do Equador, Rafael Correa, justificando o pedido. Segundo Patiño, Assange pediu “a proteção do governo do Equador” e disse ser “impossível” seu retorno à Austrália diante da “lamentável declaração efetiva de abandono” por parte das autoridades de seu país natal. Na carta, afirmou Patiño, Assange descreve os motivos de seu pedido. “A perseguição da qual sou objeto em diversos países deriva não apenas das minhas ideias e minhas ações, mas também do meu trabalho de publicar informações que comprometem os poderosos, de publicar a verdade e com isso desmascarar a corrupção e graves abusos aos direitos humanos ao redor do mundo”, escreveu Assange.
O governo de Rafael Correa é simpático a Assange. Em 2010, ofereceu ao australiano a chance de residir no país para dar a ele a chance de se expressar publicamente. No época, porém, o fundador do WikiLeaks negou o pedido, mas ele também não havia sofrido as atuais acusações na Suécia. Desta vez, temendo ser extraditado para o país escandinavo, o que deve ocorrer até o fim do mês segundo a Justiça britânica, Assange volta atrás e bate na porta da embaixada equatoriana pedindo ajuda. Assange requisita asilo político, que nada mais é do que pedir a proteção das autoridades equatorianas contra a perseguição que o australiano se diz sofrer nos Estados Unidos e Europa. Resta saber se Correa será tão hospitaleiro, quanto foi em 2010, agora que o caso de Assange assumiu essas proporções diplomáticas e políticas.
*Com informações da AFP
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