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As novas acusações contra Trump: apagar vídeos e plano secreto do Pentágono contra ‘País A’

Em junho, o ex-presidente se declarou inocente de diversas acusações

Foto: Giorgio Vieira/AFP
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Tentativa de apagar gravações de câmeras de segurança e conluio com funcionários de Mar-A-Lago: Donald Trump é acusado pela Justiça dos Estados Unidos de tentar ocultar provas no caso dos documentos sigilosos levados após deixar a Casa Branca.

No mês passado, o ex-presidente se declarou inocente das acusações de fazer declarações falsas, retenção ilegal de informações de defesa nacional e conspiração para obstruir a Justiça.

Confira as novas acusações contra Trump, favorito para a indicação presidencial republicana de 2024, apresentadas na quinta-feira 27 pelo procurador especial Jack Smith:

Apagar material de vídeo

As novas acusações estão ligadas a supostos esforços de Trump para obstruir a investigação do FBI e a uma tentativa de recuperar documentos secretos desaparecidos.

Trump é suspeito de tentar “apagar as gravações de câmeras de segurança” de sua residência em Mar-A-Lago, Flórida, para evitar que fossem fornecidas ao FBI e a um grande júri federal. Também são acusados o assessor pessoal de Trump, Waltine “Walt” Nauta, incluído na acusação anterior de conspiração, e Carlos de Oliveira, administrador da propriedade de Mar-A-Lago.

Trump, Nauta e Oliveira teriam tentado fazer com que outro funcionário do magnata, que não foi identificado, apagasse os vídeos das câmeras de segurança da mansão. Segundo a acusação, Oliveira teria dito ao “Funcionário de Trump 4” que “o patrão” queria que o servidor que armazenava os registros das câmeras de segurança de um depósito fosse deletado.

Carl Tobias, professor de direito da Universidade de Richmond, considera que as acusações de que Trump queria apagar o material de segurança “fortalecem os casos de obstrução e mentira”.

Oliveira é acusado, ainda, de dar declarações falsas ao FBI. Questionado se ajudou a descarregar ou movimentar caixas de documentos em Mar-A-Lago, respondeu que não: “Nunca vi nada.”

Plano de ataque ao ‘País A’

No indiciamento original, Trump foi alvo de 31 acusações de “retenção de informação de defesa nacional”, por suspeita de ter ocultado documentos classificados em Mar-A-Lago e ter se negado a devolvê-los aos Arquivos Nacionais.

Jack Smith acrescentou uma 32ª acusação: uma “apresentação” feita por Trump a pessoas sem credenciais de segurança “relacionada à atividade militar em um país estrangeiro”, não identificado, mas que foi amplamente divulgado como sendo o Irã.

Trump teria compartilhado um plano secreto de ataque do Pentágono ao “País A” com um escritor e um editor que trabalhavam em um livro. Dois membros da equipe de Trump também participaram da reunião, que aconteceu em 21 de julho de 2021, no Clube Bedminster de Trump em Nova Jersey, e foi gravada.

Na acusação, Trump é citado dizendo aos seus convidados que se tratava de informação secreta, que poderia ter desclassificado quando era presidente, mas que já não estava em posição de fazê-lo.

O julgamento de Trump no caso dos documentos classificados deve começar em 20 de maio de 2024, no auge do que se espera ser uma campanha eleitoral para a presidência amarga e divisiva.

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