Mundo

Após reunião da ONU sobre crise na Ucrânia, EUA dizem estar preparados para tudo

A Rússia é acusada de concentrar desde do final de 2021 cerca de 100.000 soldados na fronteira ucraniana, planejando um ataque

Reunião do Conselho de Segurança da ONU Foto: Spencer Platt/Getty Images via AFP
Apoie Siga-nos no

A reunião do Conselho de Segurança da ONU marcada para esta segunda-feira (31) para tratar da crise na Ucrânia começou tensa. A Rússia tentou de todas as formas impedir sua realização, mas não teve o apoio necessário. Após uma reunião carregada, o presidente norte-americano Joe Biden afirmou que os Estados Unidos querem uma saída diplomática, mas estão prontos “para o que quer que aconteça”.

Após fazer de tudo para que a reunião não acontecesse, o embaixador russo Vasily Nebenzia atacou diretamente os Estados Unidos e não respondeu a nenhuma pergunta de seus colegas diplomatas, como apontou o embaixador norte-americano Thomas-Greenfield.

O russo deixou a sala do Conselho antes que o embaixador ucraniano tomasse a palavra. Ele se justificou dizendo que tinha outro compromisso, no entanto na saída da reunião passou 15 minutos falando com a imprensa sem demonstrar a mesma pressa.

O ucraniano Sergiy Kyslytsya expressou sua frustração e pediu que os membros da ONU se envolvam mais para a solução da crise. A Ucrânia quer uma negociação diplomática.

“Todos sofreriam com uma guerra”, disse Kyslytsya. Ele relembrou a inação da organização em 2014, quando a Rússia invadiu o território ucraniano, e salientou que um conflito na região em 2022 teria consequência para muito além das fronteiras de seu país.

O Conselho voltará a se reunir dentro de quinze dias para discutir a crise, como parte do calendário de reuniões sistemáticas dos Acordos de Minsk, que têm como objetivo pacificar a área de Donbass.

Biden, no entanto, subiu o tom e afirmou, após a reunião, que os Estados Unidos têm noção da extensão da ameaça territorial da Rússia sobre a Ucrânia e que, apesar de buscarem a via da diplomacia, o país está pronto “não importa o que aconteça”.

Putin e Macron negociam “garantias de segurança” por telefone

Ainda nesta tarde, pela segunda vez em quatro dias, os presidentes russo e francês Vladimir Putin e Emmanuel Macron falaram por telefone sobre a crise na Ucrânia.

Os dois líderes, que já haviam conversado na sexta-feira, concordaram em continuar os contatos por telefone, mas também, segundo o Kremlin, em estudar “a possibilidade” de se encontrarem pessoalmente.

De acordo com o Palácio do Eliseu, os dois presidentes exaltaram os progressos feitos nas conversações que reúnem Rússia, Ucrânia, Alemanha e França para resolver o conflito no leste da Ucrânia.

Crise se arrasta

A Rússia é acusada de concentrar desde do final de 2021 cerca de 100.000 soldados na fronteira ucraniana, planejando um ataque. Diante disso, os Estados Unidos e o Reino Unido ameaçaram Moscou com novas sanções.

Em Londres, a ministra das Relações Exteriores Liz Truss disse que o Reino Unido prepara sanções que “vão muito além” das sanções econômicas. Em resposta, Moscou acusou as autoridades britânicas de prepararem um “ataque aberto contra as empresas” russas.

O governo da Rússia nega planejar uma invasão e exige garantias por escrito para sua segurança, incluindo a rejeição de uma adesão da Ucrânia à Otan e a retirada das tropas da aliança dos países da ex-União Soviética.

Essa demanda, contudo, foi rejeitada pelos Estados Unidos na semana passada em uma resposta por escrito a Moscou. O Kremlin ainda não fez sua contraproposta.

(Com informações da AFP)

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo