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Após reunião com representante dos EUA, Rússia nega intenção de invadir Ucrânia

A vice-secretária de Estado dos Estados Unidos alertou que uma invasão da Ucrânia teria ‘graves consequências’

Créditos: DENIS BALIBOUSE / POOL / AFP Créditos: DENIS BALIBOUSE / POOL / AFP
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A vice-secretária de Estado dos Estados Unidos, Wendy Sherman, conversou nesta segunda-feira 10 em Genebra com o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, sobre ações recíprocas para limitar lançamentos de mísseis e exercícios militares. Ela também alertou que uma invasão da Ucrânia teria “graves consequências”.

De acordo com Sherman, a delegação rejeitou a proposta russa que visa impedir a adesão de novos países à OTAN. Moscou utiliza esse argumento para justificar o posicionamento de suas tropas na fronteira com a Ucrânia, há vários meses. Os dois países retomaram nesta segunda-feira as negociações sobre o assunto e a segurança na Europa.

“Discutimos ideias que nossos países poderiam adotar como ações recíprocas que seriam úteis para a segurança e melhorariam a estabilidade estratégica”, disse Sherman aos jornalistas após uma reunião com o número dois da diplomacia russa, Sergei Ryabkov. Segundo a representante americana, o encontro durou oito horas e a conversa foi “franca e direta.”

Ela se disse pronta para discutir rapidamente questões bilaterais, à condição que a Rússia estivesse propensa ao diálogo e ao apaziguamento das tensões. “Moscou pode provar isso enviando suas tropas de volta para o quartel”, declarou, durante uma coletiva de imprensa.

Serguei Riabkov afirma que a Rússia não ameaça ninguém e nem lançará um “ultimato”. Ele também acrescentou que é do interesse da OTAN responder, pelo menos parcialmente, às preocupações de Moscou. “Seria um erro da parte da organização e poderia comprometer sua própria segurança”, declarou, dizendo que um acordo com os Estados Unidos é “possível”, mas que precisa de “compromisso e respeito mútuos”.

O negociador russo também afirmou, após o encontro, que a Rússia não tem nenhuma intenção, “nem planos”, de atacar a Ucrânia, e que a presença das tropas na fronteira do país eram uma reação à presença crescente de seus rivais ocidentais.

Na linha do front, no leste da Ucrânia, as forças de Kiev temem que as negociações entre Estados Unidos e Rússia não influenciem no conflito com os separatistas pró-russos. Dois soldados ucranianos morreram nesta segunda-feira (10) após uma explosão no leste do país.

“Provocação permanente”

A Ucrânia e os países ocidentais acusam a Rússia de ter concentrado dezenas de milhares de militares e equipamentos pesados em sua fronteira com a Ucrânia, o que o governo russo nega, acusando a Otan de provocar as tensões atuais e exige, sobretudo, garantias jurídicas de que a Ucrânia não poderá entrar para a Aliança Atlântica no futuro.

O leste da Ucrânia vive desde 2014 uma guerra entre o Exército e os separatistas, apoiados pela Rússia, embora Moscou negue essas acusações. O conflito, que deixa mais de 13.000 mortos, começou depois que a Rússia anexou a península da Crimeia.

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