A proposta brasileira no Conselho de Segurança da ONU que pede o cessar-fogo humanitário em Gaza deve ser votada nesta terça-feira 17. A expectativa foi confirmada por diplomatas a diferentes veículos de imprensa nas últimas horas.
O texto vem sendo discutido nos bastidores nos últimos dias e vai ser analisado após o Conselho, na noite de segunda-feira 16, rejeitar uma proposta produzida pela Rússia, que também pedia o cessar-fogo, mas não citava diretamente o Hamas.
A proposta brasileira, diferente da resolução russa, citaria sem meias palavras ‘os atos terroristas’ do grupo islâmico. O termo dá mais chances para que conquistar apoio de países como Estados Unidos, Reino Unido e França. Os três têm poder de veto no grupo.
O documento, importante dizer, não foca apenas no Hamas e também condena a violência da resposta de Israel ao ataque. Pede, por exemplo, que o governo local abandone o ultimato dado a civis de Gaza antes de uma ofensiva militar na região. O curto prazo estabelecido e a falta de condições para abrir as fronteiras do enclave indicam um massacre de civis em caso de entrada em massa dos militares israelenses que buscam os membros do Hamas. Uma modulação dos termos estava em negociação.
Em todo o caso, a principal proposta brasileira é para que se estabeleça um cessar-fogo humanitário e que sejam permitidas as atuações de agências da ONU que poderão reduzir o impacto do conflito na população civil que vive no enclave.
Votos necessários
Para que uma resolução seja aprovada, é preciso ter pelo menos 9 votos favoráveis dos 15 membros do Conselho de Segurança. Além disso, nenhum dos membros permanentes do grupo (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia) pode impor um veto. Caso aconteça, a resolução é rejeitada.
O texto brasileiro, indicam as fontes envolvidas nas discussões dos últimos dias, tem mais chances do que a proposta russa por modular os termos usados. O uso da classificação de terrorismo para os ataques do Hamas agrada ocidentais, enquanto os fortes pedidos para Israel abandonar as principais ações militares em Gaza permite uma aproximação com China e Rússia.
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