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Após porta de avião cair em pleno voo, companhias suspendem modelo da Boeing

O incidente ocorreu na sexta-feira 5, logo após a decolagem de um voo da Alaska Airlines em Portland, nos EUA

Foto: Reprodução/Redes SociaisFoto: Reprodução/Redes Sociais
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Companhias aéreas do mundo anunciam a decisão de manter no solo os aviões Boeing 737 MAX 9 de suas frotas, após o incidente ocorrido a bordo de uma aeronave deste tipo da Alaska Airlines, nos Estados Unidos. Na noite da sexta 5, um avião da companhia americana perdeu uma porta minutos depois de decolar.

No momento do incidente, o avião transportava 171 passageiros e 6 tripulantes e estava a uma altitude de quase 5 mil metros. Um passageiro ficou levemente ferido.

Nesta manhã, a Turkish Airlines, que atende em 120 países, informou que os seus cinco Boeings do modelo serão inspecionados antes de retomarem as atividades. A duração da operação é estimada entre 4 e 8 horas por avião.

Também a Aeromexico e a empresa panamenha Copa Airlines imobilizaram suas 21 aeronaves para inspeção, seguindo uma diretriz da agência americana. De acordo com dados comunicados pela Boeing à AFP, até o momento foram entregues cerca de 218 exemplares do 737 MAX 9 pelo mundo.

Como foi o incidente

O incidente ocorreu na sexta-feira 5, por volta das 18h30 locais, logo após a decolagem de um voo da Alaska Airlines do Aeroporto Internacional de Portland (Oregon, Noroeste), com destino a Ontário (Califórnia). De acordo com o Departamento de Nacional de Segurança nos Transportes dos EUA (NTSB), uma porta se abriu e se soltou da cabine em pleno voo.

Depois de dar meia-volta, o avião pousou novamente em Portland. “Foi realmente brutal. A cobertura da janela simplesmente se soltou e eu não percebi até que as máscaras de oxigênio desceram”, disse um passageiro do voo, Kyle Rinker, ao canal americano CNN.

Segundo o NTSB, não havia ninguém nos dois locais imediatamente próximos à divisória que voou. Mas, segundo passageiros citados pelo diário de Portland The Oregonian, um adolescente sentado nesta fila teve a camisa rasgada pela descompressão, causando ferimentos leves.

‘Sorte’ de não ter sido uma tragédia

A United Airlines, que possui a maior frota de 737-9 do mundo, anunciou à AFP que deixava 46 aeronaves em solo, 33 já examinadas. O Alasca, que neutralizou todos os seus 65 aviões deste modelo antes mesmo do anúncio da FAA, disse não ter encontrado “nenhum elemento de preocupação” nesta fase.

“Um incidente terrível”, julgou o secretário dos Transportes norte-americano, Pete Buttigieg, no X.

“Temos muita, muita sorte que isso não tenha terminado de uma forma mais trágica”, disse a presidente do NTSB, Jennifer Homendy, aos repórteres. “Temos a rede aérea (civil) mais segura do mundo”, insistiu Jennifer Homendy. “Somos um padrão mundial, mas devemos preservar esse padrão.”

Ela revelou que, de acordo com as análises iniciais, a porta caiu acima de Cedar Hills, nos subúrbios de Portland. Homendy pediu aos residentes da zona para que se apresentassem caso algum deles a encontrasse. O dispositivo foi certificado em novembro, de acordo com o registro da FAA disponível online.

“Concordamos com a FAA e apoiamos a sua decisão de solicitar uma inspeção imediata dos 737-9 da mesma configuração da aeronave incriminada”, respondeu a Boeing num comunicado enviado à AFP.

Histórico do 737 MAX

O incidente ocorre após uma série de problemas técnicos e dois acidentes nos últimos anos com o 737 MAX. As duas tragédias, que deixaram 346 mortos em outubro de 2018 e março de 2019, resultaram na paralisação do 737 MAX por 20 meses e na necessidade de alterações no sistema de controle de voo.

Mais recentemente, a Boeing teve de desacelerar as entregas devido a problemas na fuselagem, principalmente na antepara traseira da aeronave. No final de dezembro, a fabricante entregou um total de mais de 1.370 exemplares do 737 MAX e a sua carteira de encomendas atingiu mais de 4 mil unidades.

Suspensas pela China desde os acidentes, as entregas do 737 MAX para empresas chinesas ainda não foram retomadas.

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