Mundo
Após documentos vazados à imprensa, campanha de Trump diz ter sido hackeada
Campanha do republicano acusa hacker de ter relação com o Irã
A campanha presidencial de Donald Trump afirmou, neste sábado 10, ter sido alvo de um ataque hacker, que teria resultado no vazamento de documentos sensíveis. A denúncia surge após o jornal Politico relatar que recebeu esses documentos por e-mail, em julho, de uma fonte anônima.
Em resposta, a campanha de Trump culpou “fontes estrangeiras hostis aos Estados Unidos” pelo ataque, sugerindo que o ato poderia estar ligado ao Irã. Essa afirmação foi fundamentada em um relatório recente da Microsoft, divulgado na sexta-feira 9, que mencionou ataques cibernéticos realizados por hackers iranianos contra um “oficial de alto escalão” envolvido em uma campanha presidencial nos EUA.
A Microsoft alertou para um aumento da “influência estrangeira maligna nas eleições de 2024,” apontando tanto o regime iraniano quanto o Kremlin como possíveis envolvidos na tentativa de interferir no processo eleitoral. “Atividades recentes sugerem que o regime iraniano — juntamente com o Kremlin — pode estar igualmente envolvido nas eleições de 2024”, concluiu o relatório da empresa.
Steven Cheung, porta-voz da campanha de Trump, afirmou: “Esses documentos foram obtidos ilegalmente por fontes estrangeiras hostis aos Estados Unidos, com o intuito de interferir nas eleições de 2024 e semear caos em nosso processo democrático.” Cheung destacou que o ataque ocorreu em um período próximo à escolha do companheiro de chapa de Trump para a vice-presidência.
Entre os documentos vazados, estava um dossiê de pesquisa supostamente preparado pela campanha de Trump sobre o senador de Ohio, JD Vance, datado de 23 de fevereiro. Duas pessoas familiarizadas com os documentos confirmaram sua autenticidade ao Politico, descrevendo o dossiê como uma versão preliminar do arquivo de avaliação de Vance.
Esta não é a primeira vez que o Irã aparece relacionado a Trump nas eleições de 2024. Autoridades dos EUA informaram à agência Associated Press que o governo Biden foi alertado sobre um plano iraniano para tentar assassinar o ex-presidente Donald Trump. Em resposta, o Serviço Secreto aumentou a proteção de Trump após a identificação dessa ameaça.
No entanto, o Irã negou a existência de tal plano, classificando as acusações como “infundadas e maliciosas.” Esse suposto complô iraniano não está relacionado ao atentado sofrido por Trump em 13 de julho, quando um atirador acertou de raspão a orelha do republicano durante um comício na Pensilvânia.
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