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Após ataques, Israel e Irã trocam acusações em reunião da ONU

Conselho de Segurança das Nações Unidas se reuniu, emergencialmente, neste domingo após a escalada da tensão no Oriente Médio

Gilad Erdan e Amir Saeid Iravani, embaixadores de Israel e Irã na ONU, respectivamente. Reunião de emergência ocorreu neste domingo 14 após escalada da tensão no Oriente Médio. Fotos: AFP
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Israel e Irã acusaram um ao outro na ONU, neste domingo (14), de ser a principal ameaça à paz no Oriente Médio, cada um instando o Conselho de Segurança a impor sanções contra seu inimigo declarado.

“A máscara caiu. O Irã, principal patrocinador global do terrorismo, expôs sua verdadeira face como desestabilizador da região e do mundo”, disse o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, na reunião de emergência do Conselho convocada após o ataque sem precedentes com drones e mísseis de Teerã contra Israel.

A ofensiva de sábado foi o primeiro ataque direto do Irã contra Israel, com mais de 300 mísseis e drones. Doze pessoas ficaram feridas, segundo o governo israelense.

Erdan também instou o Conselho a “agir” e exigiu que “todas as sanções possíveis sejam impostas ao Irã antes que seja tarde demais”.

Em particular, referiu-se ao mecanismo de “retrocesso” que permite aos membros do acordo nuclear iraniano de 2015, abandonado pelos Estados Unidos em 2018, reimpor sanções internacionais contra Teerã, retiradas em troca de seu compromisso de não realizar atividades nucleares com fins militares.

“Temos uma responsabilidade coletiva como membros do Conselho de Segurança de garantir que o Irã respeite as resoluções do Conselho e cesse suas violações da Carta” da ONU, ressaltou o embaixador adjunto dos Estados Unidos, Robert Wood.

Já o Irã justificou seu ataque, batizado de “Promessa Honestas”. O embaixador iraniano na ONU, Amir Saeid Iravani, argumentou que seu país “não teve escolha a não ser exercer seu direito à autodefesa”.

O Irã afirmou que agiu em resposta à ofensiva aérea de 1º de abril contra o consulado de Teerã em Damasco, capital da Síria, atribuída a Israel.

Esse ataque matou sete membros do Exército de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC), incluindo dois generais, e provocou ameaças de retaliação por parte do Irã. Teerã acusou Israel, que não confirmou nem negou.

“O Conselho de Segurança falhou em seu dever” ao não condenar o ataque de 1º de abril, disse o diplomata, esclarecendo que Teerã não deseja uma escalada, mas responderá a “qualquer ameaça ou agressão”.

O Conselho “deve tomar medidas punitivas urgentes para forçar este regime a interromper o genocídio contra o povo de Gaza“, acrescentou o embaixador iraniano.

Por sua vez, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou sobre uma possível intensificação do conflito no Oriente Médio.

“Nem a região nem o mundo podem se permitir mais guerras”, clamou Guterres. “O Oriente Médio está à beira do abismo”, declarou diante do Conselho de Segurança.

“Os povos da região enfrentam um perigo real de conflito generalizado e devastador. Este é um momento para a desescalada e a distensão. É hora de mostrar a máxima moderação”, insistiu.

Guterres voltou a pedir um “cessar-fogo imediato” em Gaza e a libertação dos reféns tomados pelo Hamas durante seu ataque a Israel em 7 de outubro.

O ataque iraniano ocorreu mais de seis meses após o início da ofensiva liderada por Israel na Faixa de Gaza contra o grupo islamista palestino Hamas, apoiado pelo Irã.

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