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Apoiadores de Evo Morales marcham na Bolívia para defender sua candidatura

A Justiça invalidou de antemão a aspiração do ex-presidente de participar das eleições de 17 de agosto

Apoiadores de Evo Morales marcham na Bolívia para defender sua candidatura
Apoiadores de Evo Morales marcham na Bolívia para defender sua candidatura
Apoiadores de Evo Morales marcham na Bolívia para defender sua candidatura, em 16 de maio de 2025. Foto: Jorge Bernal/AFP
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Milhares de apoiadores do ex-presidente Evo Morales clamaram, nesta sexta-feira 16, na Bolívia, pela candidatura do líder indígena, durante uma marcha em La Paz, apesar de a Justiça ter invalidado de antemão sua aspiração às eleições de 17 de agosto.

Os manifestantes enfrentaram a polícia quando quiseram se aproximar da sede do tribunal eleitoral, constatou a AFP.

Morales havia antecipado que lideraria uma marcha para registrar sua campanha, mas ele não é visto em público há sete meses.

Além do veto presidencial, Morales enfrenta uma ordem de prisão por uma acusação de tráfico de uma menor de idade durante o seu mandato (2006–2019), o que ele nega.

No X, o ex-presidente defendeu “eleições livres, transparentes e sem proscrições”.

O senador Leonardo Loza, um colaborador próximo de Morales, assegurou à AFP que o líder de esquerda “está em La Paz”, mas não confirmou se participaria da manifestação.

“Temos a obrigação de preservar sua integridade física, portanto, ele decidirá se participará ou não”, disse o senador.

A caravana partiu na quinta-feira de Cochabamba, região central da Bolívia, reduto eleitoral de Morales, e chegou a La Paz nesta sexta.

Com bandeiras indígenas multicoloridas, os apoiadores de Morales clamaram, aos gritos, por sua candidatura.

“Estamos [aqui] para exigir nossos direitos democráticos, nossos direitos políticos”, disse o senador Loza.

Nos últimos sete meses, o ex-presidente de 65 anos se refugiou em um pequeno povoado na região cocaleira de Chapare, em Cochabamba, protegido por centenas de indígenas armados com paus para evitar sua prisão.

O ministro do Governo (Interior), Eduardo del Castillo, anunciou em uma coletiva de imprensa, nesta sexta-feira, que se Morales aparecer na marcha, será preso.

“Se o encontrarmos andando pelas ruas, executaremos o mandado de prisão”, afirmou.

O protesto ocorre depois que o Tribunal Constitucional ratificou, nesta semana, uma decisão que desqualifica Morales para concorrer a um quarto mandato, já que ele foi presidente mais de duas vezes, de 2006 a 2019.

O medo do setor “evista” é que o tribunal eleitoral acate a sentença judicial e deixe o líder cocaleiro de fora da disputa.

O prazo para a inscrição de candidatos presidenciais termina em 19 de maio, mas apenas até 6 de junho a autoridade eleitoral definirá a lista definitiva dos postulantes, após revisar os requisitos legais.

Morales ainda não tem um partido político. Ele renunciou ao governista Movimento ao Socialismo (MAS), depois que a Justiça entregou sua direção a uma cúpula aliada a Arce, que hoje se tornou seu principal adversário.

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