Esporte

Apesar das lesões e cansaço, Marrocos promete não se render contra a França

‘Sentimos dores mas vamos nos preparar, não temos escolha’, conta o incansável meia Sofyan Amrabat

O jogador Sofyan Amrabat. Patricia de Melo Moreira/AFP
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Admirados pela campanha histórica no Catar, os marroquinos estão com a faca nos dentes já esperando a semifinal da Copa do Mundo contra a França, que será disputada na próxima quarta-feira, apesar das lesões e do cansaço do elenco.

“Sentimos dores mas vamos nos preparar, não temos escolha”, conta o incansável meia Sofyan Amrabat, que “começou o jogo (contra Portugal, vitória por 1 a 0) sem estar 100%, mas é preciso dar tudo e lutar até o final”.

“Já estávamos cansados depois dos 120 minutos contra a Espanha (0 a 0 após a prorrogação, vitória por 3-0 nos pênaltis pelas oitavas de final)”, acrescenta o jogador da Fiorentina, uma das revelações deste Mundial por sua voluntariedade inesgotável.

Contra os portugueses, nas quartas de final, o técnico Walid Regragui tinha “perdido dois jogadores importantes com (Nayef) Aguerd e (Noussair) Mazraoui. Mas os que entraram fizeram um trabalho extraordinário”.

Ambos podem não estar recuperados a tempo para as semifinais. Jawad El Jamiq e Yahya Attiat Allah deverão continuar ocupando suas vagas contra a França.

Provavelmente sem Aguerd nem Saiss

O treinador marroquino provavelmente também perdeu outra peça de seu sistema defensivo, o capitão Romain Saiss, que teve que ser substituído e saiu de maca contra Portugal.

“Minha coxa, vamos ver. Vamos fazer exames”, explicou Saiss, que revelou ter “jogado com uma perna durante 55 minutos” nas quartas de final.

Ele levou a mão à parte posterior da coxa no momento do forte chute de Bruno Fernandes por cima do gol (minuto 45). “Já estava com dores antes do jogo”.

O zagueiro do Besiktas da Turquia continua acreditando em suas chances de recuperação: “Vou fazer de tudo para estar lá”, promete. “Quero ajudar minha equipe, mas há momentos nos quais é preciso ser razoável e não ser um peso só por orgulho pessoal”.

Sem Aguerd nem Saiss, Regragui deverá jogar com sua defesa reserva, escalando Achraf Dari e El Yamiq. Este último teve uma atuação sólida nas oitavas, mas Dari pode ter mais problemas para parar o trio de ataque francês, formado por Kylian Mbappé, Olivier GIroud e Ousmane Dembelé.

“Espírito de luta”

Mas o Marrocos tem a melhor defesa desta Copa do Mundo, com um único gol sofrido, no duelo da fase de grupos com o Canadá (vitória por 2 a 1), sendo este marcado por Aguerd contra a própria meta.

Pouco importam os nomes, “defendemos com espírito de luta, em equipe”, destaca Sofyan Amrabat. “No futebol, as individualidades fazem a diferença, mas são as equipes que ganham jogos”.

O lateral-direito Achraf Hakimi também sentiu problemas físicos no início do torneio, mas apesar disso, o jogador do Paris Saint-Germain está mostrando um rendimento impressionante.

Para outros jogadores titulares, falta rodagem pelo pouco tempo em campo por seus clubes desde o início da temporada. Salim Amallah está “na geladeira” do Standard de Liège (Bélgica) por problemas contratuais, se queixa Regragui, e Hakim Ziyech já jogou mais minutos na Copa do Mundo (458) do que nesta temporada com o Chelsea (271), após não entrar nos planos de Thomas Tuchel nem dos de seu sucessor à frente da equipe londrina, Graham Potter.

Os pontas “Ziyech e Boufal nunca correram tanto”, comemora Regragui. “Mas fazem isso seu país, naturalmente. Temos que lutar mais do que os outros, não temos as mesmas armas”. Contra os portugueses, “voltamos a dar tudo, jogamos com o coração”, comenta Amallah. “Sabemos que amanhã teremos que começar a trabalhar para o próximo jogo”, contra a França. Mas “não temos medo de ninguém”, avisa.

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