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Anúncio de saída de Monti desencadeia nova crise política na Itália

O primeiro-ministro italiano fez um pedido “irrevogável” de demissão após perder apoio no Parlamento. Berlusconi tentará voltar ao poder

Anúncio de saída de Monti desencadeia nova crise política na Itália
Anúncio de saída de Monti desencadeia nova crise política na Itália
Monti em entrevista coletiva no Palazzo Chigi, em Roma, na quinta-feira 6. Foto: Andreas Salaro / AFP
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Em entrevista publicada no domingo 9 pelo jornal Il Sole 24 Ore, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, pediu para que a Itália não abandone o caminho das reformas econômicas depois de o primeiro-ministro, Mario Monti, ter declarado que renunciará ao cargo.

Monti comunicou na noite anterior ao presidente do país, Giorgio Napolitano, sua intenção de renunciar, após o partido do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi ter retirado seu apoio ao governo. Durão Barroso pediu à Itália que as próximas eleições “não se convertam num pretexto para duvidar da necessidade das medidas adotadas pelo governo Mario Monti”.

Na entrevista, o presidente da Comissão Europeia elogiou o chefe de governo italiano “não apenas pelas importantes medidas que adotou para organizar as contas públicas e reformar a economia nacional, mas também pelo seu papel no debate europeu”. Durão Barroso pediu também aos italianos que “não caiam na ilusão de que existem soluções rápidas ou mágicas [para sair da crise]”, lembrando que a Itália ainda tem “algumas perspetivas negativas” em matéria econômica.

A decisão de Monti foi anunciada num comunicado da presidência da Itália, depois de um encontro no sábado entre o presidente e o primeiro-ministro. Na nota, a presidência afirma que Monti considera que não pode continuar seu mandato “depois da declaração de sexta-feira no Parlamento pelo secretário-geral do partido Povo da Liberdade (PdL), Angelino Alfano, que constitui uma categórica retirada de confiança para o governo e a sua linha de ação”.

A decisão de Monti foi divulgada depois de os deputados do PdL terem optado na quinta-feira pela abstenção na votação de vários projetos de lei e horas depois de o fundador do partido, Berlusconi, ter anunciado que pretende se candidatar às legislativas de 2013.

Monti vai “verificar o mais rapidamente possível” se as forças políticas que não queiram ser responsáveis por “uma crise de consequências graves” estão dispostas a “contribuir para a aprovação da lei de estabilidade orçamental no prazo mais breve possível”, segundo o comunicado.

“Imediatamente após” a votação do orçamento, o primeiro-ministro irá “formalizar a sua demissão irrevogável e entregá-la ao chefe de Estado”, acrescenta o texto.

Mario Monti, economista, chefia um governo de tecnocratas, não eleito, que há um ano substituiu o executivo liderado por Berlusconi para impor um programa de austeridade, a fim de evitar que a Itália seja obrigada a pedir um empréstimo internacional.

Após a formalização do pedido de demissão, o presidente tem de dissolver o Parlamento e convocar eleições no prazo de 70 dias.

Pouco antes da divulgação da decisão de Monti, Berlusconi, de 76 anos, anunciou que deseja se candidatar ao cargo de primeiro-ministro pela quinta vez. Ele havia renunciado no ano passado, sob crescente pressão de problemas econômicos do país.

Em entrevista publicada no domingo 9 pelo jornal Il Sole 24 Ore, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, pediu para que a Itália não abandone o caminho das reformas econômicas depois de o primeiro-ministro, Mario Monti, ter declarado que renunciará ao cargo.

Monti comunicou na noite anterior ao presidente do país, Giorgio Napolitano, sua intenção de renunciar, após o partido do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi ter retirado seu apoio ao governo. Durão Barroso pediu à Itália que as próximas eleições “não se convertam num pretexto para duvidar da necessidade das medidas adotadas pelo governo Mario Monti”.

Na entrevista, o presidente da Comissão Europeia elogiou o chefe de governo italiano “não apenas pelas importantes medidas que adotou para organizar as contas públicas e reformar a economia nacional, mas também pelo seu papel no debate europeu”. Durão Barroso pediu também aos italianos que “não caiam na ilusão de que existem soluções rápidas ou mágicas [para sair da crise]”, lembrando que a Itália ainda tem “algumas perspetivas negativas” em matéria econômica.

A decisão de Monti foi anunciada num comunicado da presidência da Itália, depois de um encontro no sábado entre o presidente e o primeiro-ministro. Na nota, a presidência afirma que Monti considera que não pode continuar seu mandato “depois da declaração de sexta-feira no Parlamento pelo secretário-geral do partido Povo da Liberdade (PdL), Angelino Alfano, que constitui uma categórica retirada de confiança para o governo e a sua linha de ação”.

A decisão de Monti foi divulgada depois de os deputados do PdL terem optado na quinta-feira pela abstenção na votação de vários projetos de lei e horas depois de o fundador do partido, Berlusconi, ter anunciado que pretende se candidatar às legislativas de 2013.

Monti vai “verificar o mais rapidamente possível” se as forças políticas que não queiram ser responsáveis por “uma crise de consequências graves” estão dispostas a “contribuir para a aprovação da lei de estabilidade orçamental no prazo mais breve possível”, segundo o comunicado.

“Imediatamente após” a votação do orçamento, o primeiro-ministro irá “formalizar a sua demissão irrevogável e entregá-la ao chefe de Estado”, acrescenta o texto.

Mario Monti, economista, chefia um governo de tecnocratas, não eleito, que há um ano substituiu o executivo liderado por Berlusconi para impor um programa de austeridade, a fim de evitar que a Itália seja obrigada a pedir um empréstimo internacional.

Após a formalização do pedido de demissão, o presidente tem de dissolver o Parlamento e convocar eleições no prazo de 70 dias.

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