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Anistia Internacional acusa Israel de cometer um ‘genocídio ao vivo’ em Gaza

Relatório cita ‘assassinatos’, ‘danos graves à integridade física ou mental de civis’ e ‘deslocamentos e desaparecimentos forçados’

Anistia Internacional acusa Israel de cometer um ‘genocídio ao vivo’ em Gaza
Anistia Internacional acusa Israel de cometer um ‘genocídio ao vivo’ em Gaza
Destruição na Cidade de Gaza em 24 de abril de 2025, após ataque israelense. Foto: Omar Al-Qattaa/AFP
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A Anistia Internacional acusou Israel, nesta terça-feira 29, de cometer um “genocídio ao vivo” contra palestinos na Faixa de Gaza, ao forçar a maioria da população a se deslocar e provocar uma catástrofe humanitária no território.

“Desde 7 de outubro de 2023, quando o Hamas cometeu crimes terríveis contra cidadãos de Israel e capturou mais de 250 reféns, o mundo assiste em suas telas a um genocídio ao vivo”, denunciou a secretária-geral da Anistia Internacional em seu relatório anual.

“Os Estados assistiram, como se fossem impotentes, a Israel matar milhares de palestinas e palestinos, massacrando famílias inteiras de várias gerações e destruindo residências, meios de subsistência, hospitais e estabelecimentos escolares”, apontou.

Segundo a organização, suas “investigações” demonstraram que “Israel cometeu atos proibidos pela Convenção sobre Genocídios, com a intenção específica de destruir a população palestina de Gaza”.

A Anistia Internacional já havia acusado Israel de genocídio em 2024, algo que as autoridades israelenses rejeitaram categoricamente.

O relatório cita “assassinatos”, “danos graves à integridade física ou mental de civis”, “deslocamentos e desaparecimentos forçados” e “a imposição deliberada de condições de vida destinadas a provocar a destruição física dessas pessoas”.

Além disso, cerca de 1,9 milhão de palestinos (90% da população da Faixa de Gaza) tiveram de abandonar seus lares em consequência do conflito, lembra a Anistia, que sustenta que Israel provocou “deliberadamente uma catástrofe humanitária sem precedentes”.

A ONG também criticou duramente a atitude da comunidade internacional. “Grandes potências, incluindo os Estados Unidos e muitos países da Europa Ocidental, apoiaram publicamente os atos de Israel, minando assim o valor universal do direito internacional”, denunciou.

A guerra em Gaza foi desencadeada pelo ataque do movimento islamista palestino Hamas em território israelense, que resultou na morte de 1.218 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.

Das 251 pessoas sequestradas naquele dia pelos islamistas, 58 continuam retidas em Gaza, das quais 34 teriam morrido, segundo o Exército israelense.

Em resposta, Israel lançou uma campanha militar no território palestino que causou a morte de pelo menos 52.243 pessoas, majoritariamente civis, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas e considerados confiáveis pela ONU.

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