Mundo
Angela Merkel se despede da França após 16 anos no poder
A chanceler anunciou a sua aposentadoria em setembro


Sorridente, a chanceler alemã Angela Merkel foi recebida pelo presidente francês Emmanuel Macron nesta quarta-feira 3 para se despedir da França após 16 anos no poder, durante os quais trabalhou em estreita colaboração com quatro presidentes franceses.
“Angela! Angela! Bravo!”, gritou a multidão que esperava os dois líderes em Beaune, na Borgonha, região vinícola no centro do país. Descontraída, a chanceler e seu marido, Joachim Sauer, acompanharam Emmanuel Macron e sua esposa, Brigitte, para saudar as centenas de pessoas reunidas.
“Aproveite sua aposentadoria”, disse-lhe um homem em inglês, entre selfies.
Após a solenidade das cúpulas do G20 e da COP26, o clima foi bastante descontraído entre os dois líderes, que se cumprimentaram com um abraço.
Para esta visita de despedida, Macron escolheu Beaune, “uma cidade cujos monumentos históricos e cultura do vinho ilustram a riqueza da herança francesa”. Eles caminharam pelo centro histórico e visitaram os famosos Hospices de Beaune, uma joia arquitetônica do século XV em estilo gótico extravagante.
Está previsto um jantar e um recital de piano, cujo ponto alto será quando Macron presenteará a chanceler com a Grã-Cruz, a mais alta distinção da Ordem da Legião de Honra.
Esta condecoração, atribuída a Konrad Adenauer, Willy Brandt, Helmut Kohl e Gerhard Schroeder, “encarna a força da amizade franco-alemã, mantida por Angela Merkel”, explica a presidência, e marca quatro anos de “trabalho frutífero” entre os dois líderes para “fortalecer a cooperação bilateral, selada principalmente com a assinatura do tratado de Aix-la-Chapelle em 2019, e contribuir para o projeto europeu”.
Além disso, frente à crise da Covid, reforçaram os seus laços para finalizar uma aliança que conduziu ao plano de recuperação europeu de 750 bilhões de euros, financiado em grande parte por empréstimos europeus comuns.
Nos últimos meses, o presidente francês elogiou o “compromisso”, a “paciência” e a “capacidade de escuta” da chanceler.
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