Mundo
Alimentar à força pessoas em greve de fome nunca é aceitável, defende ONU
O Alto Comissariado dos Direitos Humanos da ONU se posicionou contra a alimentação forçada de detentos em greve de fome na base militar americana de Guantánamo


GENEBRA (AFP) – O Alto Comissariado dos Direitos Humanos da ONU destacou nesta quarta-feira 1º que “nunca é aceitável” alimentar à força ninguém, no momento em que detentos da prisão na base militar americana de Guantánamo, em greve de fome, são submetidos a tal tratamento.
“A alimentação forçada nunca é aceitável”, afirmou à AFP Rupert Colville, porta-voz da Alta Comissária do organismo, Navi Pillay.
“A alimentação acompanhada por ameaças, coerção e com o recurso da força ou da imobilização física é uma forma de tratamento desumano e degradante”, afirma um documento da Associação Médica Mundial (AMM) citado por Colville.
“Assim como é inaceitável a alimentação forçada de alguns detentos com o objetivo de intimidar ou de obrigar os outros detentos em greve de fome”, completa o documento.
O presidente americano Barack Obama prometeu na terça-feira 30 intensificar os esforços para fechar a prisão militar de Guantánamo, onde 100 presos estão em greve de fome.
O movimento, que tem a adesão de 100 dos 166 detentos, segundo as autoridades da prisão, e por 130, segundo os advogados, entrou na segunda-feira na 12ª semana.
Obama disse que não deseja que nenhum prisioneiro morra e pediu a ajuda do Congresso para encontrar uma solução legal a longo prazo para a questão do julgamento de combatentes inimigos. ”Não é uma surpresa para mim que tenhamos problemas em Guantánamo. Continuo acreditando que devemos fechar Guantánamo. É importante que compreendamos que Guantánamo não é necessário para a segurança dos Estados Unidos”, advertiu o presidente.
“A ideia de manter para sempre um grupo de pessoas sem julgamento é contrária ao que somos, é contrária a nossos interesses e isto deve acabar”, disse o presidente.
Leia mais em AFP Movel.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.