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Aliados convocam ato de solidariedade a Chávez

O presidente da Assembleia Legislativa afirmou que líderes sul-americanos estarão na manifestação de apoio ao presidente

Cabello, com um cópia da Constituição, e Maduro durante entrevista coletiva em Caracas. Os dois líderes do chavismo parecem estar em sintonia a respeito dos próximos passos. Foto: Raul Arboleda / AFP
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O presidente da Assembleia Legislativa venezuelana, Diosdado Cabello, convocou na noite de segunda-feira 7 uma grande manifestação em frente ao Palácio Presidencial Miraflores para quinta-feira 10, data na qual o presidente Hugo Chávez deveria assumir um novo mandato de seis anos. Segundo Cabello, um dos principais líderes do chavismo, vários chefes de Estado e de governo de “países amigos” participarão do ato para “demonstrar sua solidariedade com o comandante Chávez e o povo venezuelano e em sinal de respeito à Constituição”.

Cabello, no entanto, não confirmou a presença de Chávez, que permanece em Havana, recuperando-se de uma cirurgia pélvica, feita no dia 11 de dezembro, para combater um tumor cancerígeno. Foi a quarta operação, desde que o presidente venezuelano descobriu que tinha a doença, há dezoito meses, mas foi a única que produziu um debate constitucional.

Até agora, o único presidente que confirmou uma viagem oficial a Caracas foi o do Uruguai, José Mujica, que chegará na quinta-feira, confirmou à AFP uma fonte do Ministério das Relações Exteriores desse país. “Eles manifestarm por muitas vias querer vir aqui na Venezuela, inclusive alguns foram visitar o presidente diretamente”, acrescentou, se referindo às visitas que vários presidentes fizeram a Chávez na capital cubana, entre eles os presidentes do Equador, Rafael Correa, e da Bolívia, Evo Morales. A presidente argentina Cristina Kirchner viajará a Havana na próxima quinta-feira.

A oposição convocou um protesto, também para a quinta-feira, a fim de cobrar do governo a verdade sobre a saúde do presidente e o cumprimento da Constituição (reformada em 1999, durante o primeiro governo de Chávez). O Artigo 231 diz que o presidente eleito tem que assumir no dia 10 de janeiro o governo, prestando juramento perante à Assembleia Nacional. Mas também diz que, se isso não for possível, ele poderá prestar juramento perante o Supremo Tribunal de Justiça (a Suprema Corte).

“O próprio Chávez deu ordens expressas sobre o que fazer, caso ele não pudesse assumir, e citou a Constituição”, disse em entrevista à imprensa o deputado Tomas Guanipa, líder do partido oposicionista Primeiro Justiça. Dias antes de embarcar para Havana, Chávez pediu permissão à Assembleia Nacional para se ausentar do país e, no que parecia ser um discurso de despedida, nomeou como herdeiro político o vice-presidente Nicolas Maduro.

De acordo com informações oficiais, Chávez enfrenta uma difícil recuperação, agravada por sérios problemas respiratórios. Mas ninguém fala em convocar novas eleições. Na interpretação dos chavistas, como Chávez já é presidente e foi reeleito por 54% dos votos, o juramento do dia 10 é uma mera “formalidade”. O vice-presidente e os ministros continuarão tocando o governo até ele voltar.

“A oposição espera que Chávez desapareça no dia 10 de Janeiro. Querem que o vice-presidente e os ministros abandonem seus cargos? Eles não podem. Legalmente eles não têm o direito de abandonar suas responsabilidades”, disse Cabello, ao convocar a manifestação. “Vamos seguir a vontade do povo venezuelano, expressa no dia 7 de outubro, quando elegeram Chávez presidente”, completou.

Com informações da AFP e da Agência Brasil

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