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Alemanha se recusa a apoiar alguns investimentos da Volkswagen na China

É a “primeira vez que uma garantia de investimento não é concedida por razões de direitos humanos”, afirmou o ministro alemão

Robert Habeck, ministro da Economia e vice-chanceler da Alemanha - Foto: John MACDOUGALL / AFP
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Pela primeira vez, a Alemanha se recusou a apoiar investimentos na China devido a problemas de direitos humanos na região de Xinjiang, disse seu ministro da Economia nesta sexta-feira (27). 

O ministério não “aceitou” os pedidos de extensão das garantias de investimento apresentados por uma empresa “ativa” na região, disse Robert Habeck ao semanário alemão Welt am Sonntag. 

É a “primeira vez que uma garantia de investimento não é concedida por razões de direitos humanos”, sublinhou o ministro.

Embora Habeck não tenha nomeado a empresa, a recusa se referia à gigante automobilística alemã Volkswagen, segundo a revista alemã Der Spiegel. Inaugurada em 2013, a Volkswagen opera uma fábrica em Urumqi, capital de Xinjiang, juntamente com seu parceiro chinês SAIC. 

O Partido Comunista da China é acusado de prender mais de um milhão de uigures e outras minorias muçulmanas na região do extremo oeste em uma repressão de anos que os Estados Unidos e outros legisladores ocidentais estão chamando de “genocídio”. A China nega veementemente as alegações de abuso, chamando-as de “mentira do século”.

Embora os investimentos não tenham ido diretamente para projetos em Xinjiang, Berlim negou o pedido da Volkswagen porque uma ligação com a região “não pode ser descartada”, disse a Der Spiegel, citando fontes não identificadas. 

“À luz do trabalho forçado e maus-tratos aos uigures, não podemos garantir nenhum projeto na região de Xinjiang”, disse Habeck ao Welt am Sonntag. Decisões futuras serão tomadas “caso a caso”, enfatizou. 

O CEO da Volkswagen, Herbert Diess, disse ao programa de televisão americano 60 Minutes em abril que “nenhum trabalho forçado estava sendo realizado” na fábrica, acrescentando que queria manter o centro aberto.

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