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Alemanha prende suspeito de incitar assassinato de políticos

Homem defende ideologia de extrema-direita, teria criado ‘lista de alvos’ na dark web – que incluía a ex-premiê Angela Merkel – e pedia doações para pagar recompensas a quem os assassinasse

Alemanha prende suspeito de incitar assassinato de políticos
Alemanha prende suspeito de incitar assassinato de políticos
Foto: Istockphoto
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A polícia da Alemanha prendeu um homem que criou uma “lista de alvos” online com nomes de políticos e pedia doações para pagar recompensas a quem os assassinasse, informou o Ministério Público nesta terça-feira 11.

Identificado como Martin S., o suspeito foi preso na noite de segunda-feira em Dortmund, no oeste da Alemanha. Entre os nomes da lista, estavam os ex-chanceleres federais Angela Merkel e Olaf Scholz.

O suspeito tem dupla cidadania, alemã e polonesa, e está sendo investigado por financiar terrorismo, incitar atos violentos que representam perigo para o Estado e divulgar dados pessoais de forma perigosa.

De acordo com o Ministério Público, ele incitava ataques contra determinados políticos, autoridades eleitas e figuras públicas alemãs na dark web, também conhecida como “darknet”.

Uma fonte próxima à investigação disse à agência de notícias AFP que o homem agia sozinho e está ligado a um movimento de adeptos de teorias da conspiração de extrema-direita.

Ele publicou anonimamente listas em uma plataforma contendo os nomes dos alvos, informações confidenciais sobre as potenciais vítimas, supostas sentenças de morte emitidas por ele mesmo e instruções para a fabricação de explosivos.

O suspeito também pedia doações em criptomoedas com o objetivo de oferecer certas quantias como recompensa a quem matasse uma das vítimas.

Juízes e promotores estavam na lista

De acordo com o portal de notícias Spiegel Online, o homem, de 49 anos, listou 20 alvos, incluindo juízes e promotores e ex-ministros, em um site que ele havia intitulado, em inglês, “Assassination Politics” (“Política de Assassinato”). A página estava repleta de conteúdo de extrema direita e teorias conspiratórias, algumas relacionadas à pandemia de Covid-19.

Os investigadores acreditam que o homem pertence ao movimento extremista de direita conhecido como “Reichsbürger” ou “Cidadãos do Império”. Segundo relatos da mídia, ele era conhecido pelas autoridades de segurança por sua participação em protestos durante a pandemia de coronavírus em 2020.

As autoridades alemãs têm se mobilizado cada vez mais contra os Reichsbürger.

O movimento, que rejeita a legitimidade da república alemã moderna, foi por muito tempo considerado um grupo de descontentes e excêntricos, mas agora é visto pelas autoridades alemãs como uma ameaça séria à segurança.

Em 2022, membros de um grupo que incluía um ex-parlamentar e ex-soldados foram presos por um plano para atacar o parlamento, derrubar o governo e instalar como chefe de Estado o aristocrata e empresário Heinrich 13º, “o príncipe Reuss”.

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