Alemanha adota plano inédito desde a Segunda Guerra contra recessão prevista pelo coronavírus

O pacote prevê ajudas maciças às empresas e trabalhadores, com os quais o país vai contrair novas dívidas por 156 bilhões de euros

Casal é visto caminhando próximo ao Portão de Brandemburgo, em Berlim (foto: Odd ANDERSEN / AFP)

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O governo da Alemanha aprovou nesta segunda-feira 23 um conjunto de medidas de bilhões de euros, inédito desde a Segunda Guerra Mundial, para atenuar a contração econômica que Berlim prevê que será de quase 5% devido à pandemia do novo coronavírus.

O pacote prevê ajudas maciças às empresas e trabalhadores, com os quais a Alemanha vai contrair novas dívidas por 156 bilhões de euros, segundo o texto da lei decidido pelo conselho de ministros e que deve ser aprovado pelo Parlamento esta semana.

A Alemanha, maior economia europeia, decidiu, com este objetivo, suspender as restrições constitucionais de endividamento, informou o ministro das Finanças, Olaf Scholz.

Esta é a primeira vez desde 2013 que a Alemanha, que é um dos países mais ortodoxos da Europa em termos de orçamento, precisa recorrer a dívidas para fechar seu orçamento federal.

Desde então, o país acumulou superávits orçamentários e o sempre estabeleceu como norma política o “déficit zero”. “Vamos fazer todo o necessário para defender as empresas e os empregos”, destacou Scholz.


As empresas da Alemanha, particularmente exportadoras, são muito afetadas pelas restrições estabelecidas nos países para frear a propagação da pandemia.

O pacote de ajuda prevê uma capacidade de empréstimos milionários garantidos pelo Estado para ajudar as empresas a resolver suas dificuldades de fluxo de caixa e fortalecer seu capital.

Durante a entrevista coletiva, o ministro da Economia, Peter Altmaier, disse que prevê uma contração econômica de quase 5% pelo impacto da pandemia.

“Esperamos uma queda da atividade econômica e será no mínimo tão expressiva como em 2008-2009, quando o Produto Interno Bruto alemão diminuiu 5%”, disse o ministro.

Antes da crise, o governo esperava um crescimento do PIB de 1,1% para este ano.

 

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