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Airbnb e PayPal reagem aos supremacistas brancos

Plataforma de hospedagem excluiu ativistas de extrema-direita e site de pagamentos deletou contas de organizações ligadas à “direita alternativa”

Supremacistas brancos e defensores dos direitos humanos se enfrentaram em Charlottesville (EUA)
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Membros e organizações de extrema direita estão na mira de empresas da chamada nova economia, como a plataforma de hospedagem compartilhada Airbnb e a ferramenta de pagamentos online PayPal. 

No último fim de semana, quando a cidade de Charlottesville, nos Estados Unidos, foi palco de uma marcha de grupos de extrema direita que terminou com três mortos, o Airbnb barrou diversos supremacistas brancos e neonazistas que tentaram usar a plataforma para se hospedar  na cidade.

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De acordo com informações veiculadas pela imprensa internacional, o Airbnb cancelou reservas e removeu usuários após ficar sabendo que participantes do evento racista estavam usando a sua plataforma para conseguir hospedagem na cidade americana.

A empresa ficou sabendo sobre a intenção desses grupos de usuários por meio de denúncias que apontavam para o site antissemita Daily Stormer, cujo fórum foi utilizado pelos participantes para combinar a parte logística do Unite the Right, o evento que aconteceu Charlottesville.

Em comunicado, o Airbnb explicou que decidiu barrar os participantes do evento porque “eles estariam buscando comportamentos na plataforma que seriam antiéticos” com a sua política de comunidade, que exige que seus membros “aceitem as pessoas independentemente de raça, deficiência, religião, nacionalidade, etnia, sexo, identidade de gênero, orientação sexual, ou idade”.

Antes do episódio com o Airbnb, ativistas de extrema-direita foram alvo do PayPal, a maior ferramenta mundial de pagamentos, com um total de 5 milhões de usuários. A plataforma, que facilita transações comerciais pela internet, é usada por diversos grupos para receber dinheiro da venda de produtos como camisetas, bonés e adesivos ou de campanhas de arrecadação de fundos.

Desde o início do ano, o PayPal vem fechando contas de organizações ligadas à chamada “alt right” (ou “direita alternativa”, nome dado a um amontoado de grupos que defendem causas como nacionalismo, supremacia branca e políticas anti-imigração).

As contas encerradas pela plataforma de pagamentos incluem a do site Occidental Dissent, pertencente ao blogueiro nacionalista e supremacista branco Hunter Wallace, e a de um ativista conhecido como Based Stickman, que ganhou esse apelido por ter agredido um manifestante antifascista na Califórnia com um pedaço de pau.

Outro usuário suspenso foi o “influenciador” Malik Obama, irmão do ex-presidente Barack Obama e apoiador de Donald Trump. Iniciativas fora dos Estados Unidos também tiveram seus perfis suspensos, entre elas um grupo francês anti-imigração e um britânico anti-islâmico.

O primeiro grupo teve que ressarcir cerca de 30 mil euros para doadores depois de ter seus fundos retidos pelo PayPal. À imprensa internacional o PayPal declarou que tem como diretriz “não permitir que os serviços sejam usados por atividades que promovam ódio, violência e intolerância racial”

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