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África do Sul afirma que superou onda da Ômicron sem aumento significativo de mortes

‘A velocidade com que a onda cresceu, atingiu o pico e caiu é desconcertante’, diz Fareed Abdullah, do Conselho de Pesquisa Médica

Foto: Emmanuel Crosset/AFP
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A África do Sul, país onde a nova variante de Covid-19 foi detectada em novembro, anunciou ter superado o pico da onda causada pela Ômicron sem notar um aumento significativo nas mortes, enquanto muitos países vivenciam recordes de infecções.

“Segundo os nossos especialistas, a Ômicron atingiu o seu pico sem se traduzir em uma mudança significativa ou alarmante no número de hospitalizações”, comentou nesta sexta-feira 31 o ministro na Presidência, Mondli Gungubele, garantindo que o governo se manteria vigilante.

O toque de recolher noturno, em vigor há quase dois anos, foi reduzido para quatro horas e, na véspera das comemorações do Ano Novo, finalmente foi levantado.

“Nossa esperança é de que esse levantamento continue”, disse o ministro durante uma coletiva de imprensa virtual. “Procuramos encontrar um equilíbrio entre a vida das pessoas, seu sustento e o objetivo de salvar vidas”, disse, lembrando que a economia sul-africana continua fortemente afetada pela pandemia.

Ao manter a máscara e o distanciamento e acelerar a vacinação – aquém das metas, com apenas 15,6 milhões de pessoas totalmente vacinadas para uma população de 59 milhões -, o ministro espera que “o toque de recolher não volte nunca mais”.

Na quinta-feira, a presidência informou que “todos os indicadores sugerem que o país certamente ultrapassou o pico da 4ª onda” da pandemia causada especialmente pela nova variante, muito mais contagiosa.

“Foi constatado um aumento marginal no número de mortes em todas as províncias”, acrescentou a presidência.

Na última semana, as novas infecções caíram quase 30% em relação à semana anterior, passando de 127.753 para 89.781. Também houve queda de internações hospitalares em oito das nove províncias.

“Embora a variante Ômicron seja altamente transmissível, as taxas de hospitalização têm sido menores do que nas ondas anteriores”, disse a presidência.

Já detectada em uma centena de países, a Ômicron tem uma velocidade de transmissão maior que a Delta, mas, ao mesmo tempo, parece causar menos risco de hospitalização, de acordo com os primeiros estudos na África do Sul e no Reino Unido.

Mesmo assim, cientistas alertam que sua alta capacidade de infecção pode neutralizar essa aparente baixa virulência, causando também uma onda significativa de internações e mortes.

“A velocidade com que a 4ª onda ligada à Ômicron cresceu, atingiu o pico e caiu é desconcertante. Um pico em quatro semanas e uma queda vertiginosa em duas”, tuitou Fareed Abdullah, do Conselho Sul-Africano de Pesquisa Médica.

Mesmo assim, a presidência alerta que “o risco de aumento de infecções continua alto, dada a forte transmissibilidade da variante Ômicron”.

A África do Sul é oficialmente o país mais atingido no continente africano, com mais de 3,4 milhões de casos e 91.000 mortes. Menos de 13.000 casos foram registrados nas últimas 24 horas, metade do pico de 26.000 alcançado nesta última onda.

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