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Afeganistão afirma que “mãe de todas as bombas” matou 36 jihadistas

Arma mais potente do arsenal não nuclear dos EUA atingiu sistema de túneis do Estado Islâmico no país.

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O Pentágono divulgou nesta sexta-feira 14 o vídeo do momento em que a bomba GBU-43, a mais potente do arsenal não nuclear dos Estados Unidos e nunca antes utilizada, atinge um sistema de túneis do “Estado Islâmico” (EI) no leste do Afeganistão.

A bomba lançada pelos americanos destruiu uma rede de túneis utilizada pelo “Estado Islâmico” e causou a morte de ao menos 36 combatentes do grupo radical islâmico, afirmou o governo afegão. O grupo jihadista negou que tenha havido mortos ou feridos com a explosão.

“Na sequência do bombardeio, esconderijos estratégicos do Daesh (sigla em árabe para ‘Estado Islâmico’) e uma rede de túneis foram destruídos, e 36 combatentes do Estado Islâmico foram mortos”, afirmou o Ministério afegão da Defesa. As autoridades afegãs descartaram a possibilidade de vítimas civis.

O general John W. Nicholson, comandante das tropas dos Estados Unidos no Afeganistão, disse que a bomba GBU-43, conhecida como “mãe de todas as bombas”, era a arma adequada. Segundo ele, a base atingida era um grande obstáculo na luta contra o grupo terrorista e este “era o momento correto para usá-la”. O general confirmou que foram contabilizados 36 mortos no ataque, “totalmente coordenado” com o governo afegão, e salientou que não foram registradas baixas civis.

As imagens aéreas mostram o momento em que a “mãe de todas as bombas” cai no declive de uma montanha do distrito de Achin, na província de Nangarhar, com uma potência equivalente a 11 toneladas de TNT.

Uma imensa coluna de fumaça e escombros aparece após a explosão, que neste tipo de dispositivo acontece antes de tocar a terra para criar uma potente onda expansiva capaz de derrubar túneis e bunkers ao gerar um pequeno terremoto.

Recado para EI

Uma das primeiras vozes ouvidas contra esta ação militar foi a do ex-presidente afegão Hamid Karzai.  “Nós temos de ser mais duros, e de forma veemente condeno o lançamento da última arma, a maior bomba não nuclear, no Afeganistão, pelos EUA”, escreveu Karzai, na rede social Twitter. 

A bomba foi lançada na quinta-feira pela primeira vez em combate, uma vez que até agora estava apenas sujeita a testes, o primeiro dos quais em 2003 na Base Aérea de Englin, na Flórida. Outro teste foi realizado em 21 de novembro do mesmo ano.

O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, disse que o objetivo do bombardeio era acabar com um “sistema de túneis” do grupo radical autoproclamado “Estado Islâmico”, que permitia aos seus milicianos “mover-se com liberdade e atacar com mais facilidade os militares americanos e as forças afegãs”. 

Segundo observadores, com o bombardeio, os EUA enviam agora um recado para o “Estado Islâmico”. Em conversa com a DW, Michael Kugelman, do Centro Woodrow Wilson em Washington, afirmou: “Os EUA vão caçar o EI onde quer que o grupo esteja, não importa se no Afeganistão ou em outro lugar. No entanto, o atual bombardeio não deve ser entendido como um precedente para futuros ataques contra o EI.”

De acordo com Kugelman, nos últimos meses, os EUA e o governo afegão fizeram grandes avanços no combate ao EI na região. “Eu acredito que o bombardeio tinha o objetivo de atingir os combatentes que haviam sobrevivido nas operações afegão-americanas e haviam se recolhido no sistema de túneis.”

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