Mundo

Heathrow retomará alguns voos após incêndio que interrompeu tráfego aéreo mundial

A unidade antiterrorista da polícia londrina será responsável por investigar o caso

Heathrow retomará alguns voos após incêndio que interrompeu tráfego aéreo mundial
Heathrow retomará alguns voos após incêndio que interrompeu tráfego aéreo mundial
Vista aérea mostra fumaça no Aeroporto de Heatrow, em Londres, em 21 de março de 2025. Foto: AFP
Apoie Siga-nos no

O Aeroporto de Heathrow, em Londres, o maior da Europa, anunciou que retomará “alguns voos” nesta sexta-feira 20, após inicialmente informar que permaneceria fechado durante todo o dia devido a um corte de energia elétrica, o que causou interrupções no tráfego aéreo mundial.

“Temos o prazer de dizer que agora podemos iniciar alguns voos de maneira segura ainda hoje”, disse um porta-voz do aeroporto em um comunicado, projetando uma retomada “completa amanhã”, sábado, embora tenha acrescentado que “voltar a um funcionamento total e seguro leva tempo”.

O aeroporto, que já havia alertado que eram esperadas “graves interrupções [no tráfego] nos próximos dias”, acrescentou que, nesses primeiros voos desta sexta-feira, a prioridade será “a repatriação de passageiros desviados para outros aeroportos da Europa”.

Heathrow tem conexões com 80 países e opera 1.300 decolagens e pousos diários, fazendo com que 230 mil passageiros passem por seus terminais a cada dia.

O corte foi provocado por um grande incêndio, que começou às 23h23 locais de quinta-feira, na subestação elétrica de Hayes, na periferia oeste de Londres, que fornece energia ao aeroporto, informaram os bombeiros.

O incêndio afetou “um transformador que continha 25 mil litros de óleo refrigerante”, que pegou fogo e provocou um “grande perigo devido à presença de equipamentos de alta tensão”, explicou Jonathan Smith, porta-voz do serviço de bombeiros.

Críticas ao aeroporto

O diretor-geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), o irlandês Willie Walsh, criticou a falta de planejamento do aeroporto.

“Como é possível que uma infraestrutura de importância nacional e mundial dependa totalmente de uma única fonte de energia sem alternativa? Trata-se de uma clara falha de planejamento por parte do aeroporto”, declarou Walsh na rede X.

Um porta-voz do primeiro-ministro Keir Starmer afirmou que “este incidente levanta questões sobre como ocorreu e quais medidas devem ser tomadas para evitar que aconteça novamente”.

A unidade antiterrorista da polícia de Londres será responsável por investigar o incêndio.

“Embora atualmente não haja indícios de um ato criminoso, mantemos uma posição aberta” a qualquer possibilidade, anunciou a Polícia Metropolitana em um comunicado.

Cerca de 120 voos com destino ao aeroporto estavam no ar quando o fechamento foi anunciado.

O aeroporto londrino de Gatwick, ao sul de Londres, anunciou que começou a receber voos que deveriam ter aterrissado em Heathrow.

Alto custo econômico

Um porta-voz da Aena, operadora aeroportuária espanhola, informou que estavam programados 54 voos com origem ou destino em Heathrow nesta sexta-feira.

Vários aeroportos europeus anunciaram que receberam voos com destino a Heathrow, incluindo o de Madri, que recebeu cinco aviões, segundo a Aena.

O custo do fechamento de Heathrow para o aeroporto e as companhias aéreas “certamente superará os 50 milhões de libras [cerca de 65 milhões de dólares ou 372 milhões de reais]”, declarou à AFP o consultor de aviação Philip Butterworth-Hayes.

“Estou planejando esta viagem há três meses. Gastei muito dinheiro em passagens”, explicou à AFP Muhammad Khalil, de 28 anos, na estação londrina de Paddington, quando tentava pegar o metrô para Heathrow.

Além das instalações aeroportuárias, “um grande número de residências e comércios locais” foi afetado pelo incêndio, deixando 100 mil sem eletricidade nas primeiras horas, segundo o porta-voz dos bombeiros, Pat Goulbourne.

Construído em 1946, Heathrow, localizado cerca de 25 km a oeste de Londres, recebeu 84 milhões de passageiros em 2024 e é o maior dos cinco aeroportos que atendem a capital britânica.

Em janeiro, recebeu luz verde do governo para a construção de uma terceira pista até 2035.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo