Mundo
Advogado indígena será presidente da Suprema Corte do México após eleição popular
Hugo Aguilar foi o mais votado entre os candidatos a ministros


Hugo Aguilar, um advogado indígena que foi assessor de uma guerrilha zapatista, será o presidente da Suprema Corte do México, segundo a contagem oficial de votos concluída nesta quinta-feira 6.
A mudança no posto chave, reservado por muito tempo para juristas da elite, ocorre após eleições sem precedentes de domingo, nas quais o México se tornou o primeiro país do mundo a eleger todos os juízes por votação popular.
A página oficial do Instituto Nacional Eleitoral (INE) detalha que Aguilar, com 5,3% dos votos, é o candidato mais votado entre os aspirantes a ministros e, por lei, deve comandar o principal tribunal do país, de nove membros, que será formado por outros três homens e cinco mulheres.
Este indígena mixteco, nascido em 1973 no estado de Oaxaca (sul), é considerado próximo ao governo liderado pela presidente esquerdista Claudia Sheinbaum, embora sem militância política, e possui uma carreira na defesa dos direitos dos povos originários.
A votação de domingo contou com a participação de 13% dos cerca de 100 milhões de eleitores, segundo a contagem oficial.
Os nove candidatos a ministros da corte escolhidos foram designados pelos poderes Executivo e Legislativo. Na quarta-feira, quando a vantagem de Aguilar ficou mais evidente, a presidente celebrou sua vitória.
“Fico muito feliz que o próximo presidente da Suprema Corte seja um indígena mixteco de Oaxaca, um excelente advogado, tenho o privilégio de conhecê-lo”, disse em sua coletiva de imprensa diária.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.