No outono de 1958, logo após 82% dos eleitores apoiarem uma nova Constituição para o país possivelmente menos governável da Europa Ocidental, Charles de Gaulle voltou-se para seu confidente, Alain Peyrefitte, e observou, com evidente satisfação, que havia reconciliado monarquia e república com sucesso. Mas, enquanto a Quinta República da França se aproxima de seu 65º aniversário, no fim deste ano, talvez tenha havido poucos momentos em sua história em que ela se viu mais contestada – e a Constituição parece ser a maior culpada, ao elevar o presidente da nação quase à posição de monarca eleito.
“Abaixo a Quinta República” tem sido um dos lemas dos milhões de manifestantes que, em 13 ocasiões, saíram às ruas, às vezes violentamente, num protesto contínuo em todo o país que se tornou muito mais do que rejeitar a decisão de Emmanuel Macron de aumentar a idade da aposentadoria de 62 para 64 anos.
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